EUA aumentam acusações contra Julian Assange em audiência de extradição

Fundador do site WikiLeaks está preso desde o ano passado em Belmarsh, no Reino Unido, onde aguarda processo de possível extradição aos Estados Unidos
Leticia Riente16/08/2020 20h07, atualizada em 17/08/2020 13h55

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Na sexta-feira (14), os Estados Unidos incluíram mais acusações ao processo contra Julian Assange, fundador do WikiLeaks, atualmente preso em Londres. Os argumentos foram expostos em audiência virtual, a partir da prisão de Belmarsh. Assange participou apenas para pronunciar seu nome, data de nascimento e confirmar ciência sobre o conteúdo apresentado no tribunal.

Foram 33 páginas adicionais às acusações. Os novos fatos ampliam o rol de pessoas envolvidas nas supostas condutas ilegais praticadas pelo ativista. Os novos nomes, além do ex-soldado americano Bradley Manning (Chelsea Manning), teriam conspirado junto à Assange para vazar milhares de documentos confidenciais dos EUA. Vale destacar que a novidade pode atrasar ainda mais o processo de extradição aos Estados Unidos.

A defensora do fundador do WikiLeaks, Florence Iveson, disse que as novas acusações tendem a incluir grande quantidade de condutas e ainda ampliar o caso como um todo de maneira considerável. Ainda segundo a advogada, os novos acontecimentos também podem prejudicar os depoimentos de testemunhas, que devem ser tomados na fase central do julgamento, marcada para setembro na corte penal de Old Bariley.

A juíza Vanessa Baraitser declarou que qualquer atraso no processo deve ser evitado. De qualquer forma, a magistrada deixou em aberto a escolha da defesa de Julian Assange por solicitar a prorrogação de prazos. Cabe ainda frisar que embora o EUA tenham acrescido novos argumentos, ficam mantidas 17 acusações, que podem levar Assange a cumprir 175 anos de reclusão.

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Manifestantes contra extradição de Julian Assange aos Estados Unidos. Créditos: Agência EFE

Quem é Julian Assange?

Fundador do site WikiLeaks, Julian Assange é jornalista e ficou conhecido após publicar vários documentos confidenciais dos EUA. A organização transnacional sem fins lucrativos foi criada pelo australiano em 2006 e ganhou os holofotes ao publicar documentos secretos do exército norte-americano sobre abusos do exército ocorridos durante a guerra do Afeganistão.

Em 2010, após vários segredos de Estado se tornarem públicos, os Estados Unidos começam a perseguição. O primeiro em forma de dois mandatos de prisão expedidos pela Justiça da Suécia, sendo um por estupro e outro por agressão sexual. As ações que foram retiradas após anos por não terem evidências concretas, encontrou uma ordem de prisão internacional determinada pela Interpol que ecoou por 188 países. Assange se entregou uma semana depois e solto somente em dezembro de 2010 em liberdade condicional, após ter pago fiança.

Em 2011, foi determinada sua extradição à Suécia, mas o jornalista recorreu à corte suprema do Reino Unido. Apesar disso, a sentença foi confirmada e Julian Assange se refugiou na embaixada do Equador em Londres no ano de 2012 em busca de asilo político. Depois de sete anos, o Equador revogou a decisão de asilo ao jornalista e o entregou à polícia britânica. Desde então, o jornalista aguarda uma decisão sobre uma possível extradição aos EUA.

Fonte: Agência EFE

Colaboração para o Olhar Digital

Leticia Riente é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital