O polêmico fundador do WikiLeaks, Julian Assange, comemorou nesta terça-feira (19) o arquivamento de uma investigação de estupro de nove anos atrás. Promotores suecos disseram que “as evidências enfraqueceram consideravelmente devido ao longo período de tempo decorrido desde os eventos em questão”.
A Suécia desistiu da investigação de estupro uma vez antes, em 2017, mas não descartou a possibilidade de reabrir o caso. Os promotores suecos reabriram a investigação de estupro em maio de 2019 e realizaram entrevistas nos últimos meses antes de anunciar hoje que não há evidências suficientes para prosseguir.
Após a decisão da procudoria sueca, o WikiLeaks divulgou um comunicado, escrito pelo editor-chefe do site, Kristinn Hrafnsson. “Vamos nos concentrar agora na ameaça que Assange vem alertando há anos: a acusação beligerante dos Estados Unidos e o perigo de violação da Primeira Emenda”.
A deliberação da procuradoria sueca criou um dilema para a Justiça britânica, que condenou Assange em junho de 2019 a um ano de prisão na Inglaterra por violar a liberdade condicional ao requisitar asilo à Embaixada do Equador em Londres.
Além de estupro, Assange enfrenta uma acusação nos Estados Unidos de conspirar com a ex-analista de inteligência do Exército dos EUA, Chelsea Manning, de quebrar uma senha com hash de um computador do Pentágono, em 2010. Caso condenado, Assange será extraditado aos Estados Unidos, onde poderá pegar até cinco anos em uma prisão, que poderá ser em Guantánamo.
Assange e WikiLeaks
Em 2010, o WikiLeaks, fundado por Julian Assange, divulgou mais de 250 mil telegramas diplomáticos e aproximadamente 500 mil documentos confidenciais dos Estados Unidos sobre as atividades do exército no Iraque e no Afeganistão, durante a “guerra ao terror”.
O relator da ONU Nils Melzer expressou preocupação com o estado de saúde de Assange, e disse que “sua vida está em perigo”. Já o pai do jornalista, John Shipton, afirmou que tem medo de que o filho morra na prisão.
Via: Ars Technica/AFP