EUA proíbem fechamento de contratos com empresas que usem produtos chineses

Restrições são aplicadas a cinco companhias chinesas específicas
Luiz Nogueira13/08/2020 20h20, atualizada em 13/08/2020 20h30

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Nesta quinta-feira (13), novas leis passaram a vigorar nos Estados Unidos. A regulamentação impede que o país compre bens ou serviços de qualquer empresa que tenha feito negócios com cinco companhias chinesas – a lista inclui Huawei, Hikvision e Dahua.

A partir de agora, as empresas que vendem para os EUA devem conseguir provar que não usam produtos dessas companhias. Isso pode ser uma tarefa difícil já que, em alguns casos, como o da Hikvision e Huawei, os equipamentos fabricados estão entre os mais vendidos do mundo.

Reprodução

Huawei está entre as empresas da lista de restrições dos EUA. Foto: iStock

Segundo Ellen Lord, subsecretária de defesa para aquisição e manutenção, o Departamento de Defesa “apoia totalmente” as alterações. No entanto, ela destaca que “reconhece os desafios de implementação enfrentados pelos parceiros da indústria”.

Mesmo assim, qualquer companhia que use equipamentos ou serviços das empresas Huawei, ZTE, Hangzhou Hikvision Digital Technology, Zhejiang Dahua Techonology e Hytera Communications não poderá mais vender para os Estados Unidos sem uma autorização.

Para se adequar às regras, o SoftBank Group, por exemplo, disse que vai realizar a troca de todos os equipamentos da Huawei e ZTE que utilizam. O caso que vai exigir mais recursos é o da Nippon Telegraph & Telephone, que possui produtos das cinco companhias listadas. Apesar disso, disse que vai substituir todos.

Fechamento do consulado

Em julho, os Estados Unidos ordenaram o fechamento do consulado chinês em Houston, Texas. Em resposta, a China determinou que o consulado norte-americano em Chengdu também seja fechado. Isso representa uma grande deterioração na relação entre as duas maiores economias do mundo.

Recentemente, a China mantém uma política de reagir às ações dos EUA de forma equivalente, comprovado com o fechamento do consulado de Chengdu, na província de Sichuan, sudoeste do país. Em termos de escala e impacto, ambas as ações são equivalentes.

Após ser surpreendido com um aviso de 72 horas para encerrar as atividades e esvaziar o consulado em Houston, o governo chinês fez um apelo aos EUA para que reconsiderassem a decisão, e prometeu retaliação.

“A medida dos EUA violou seriamente a lei internacional, as normas básicas das relações internacionais e os termos da Convenção Consular China-EUA”, afirmou a chancelaria da China em comunicado. “Ela prejudicou gravemente as relações China-EUA”.

“O Ministério das Relações Exteriores da China informou à Embaixada dos EUA na China de sua decisão de retirar seu consentimento para o estabelecimento e a operação do Consulado-Geral em Chengdu”, continuou a chancelaria

Depois do anúncio, os mercados de ações globais entraram em queda, acompanhando uma baixa acentuada das ações blue chips chinesas (que caíram 4,4%) e o iuan, moeda oficial da China, que teve sua maior baixa em duas semanas.

Via: Reuters

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital