Pesquisadores criam bandagem que acelera reparo de osso quebrado

Método também pode ser potencializado com a utilização de células-tronco; 'curativo' impacta principalmente na recuperação de idosos e adoentados
Leticia Riente21/09/2020 19h01, atualizada em 21/09/2020 20h41

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Estudo publicado na edição desta segunda-feira, 21, da revisa Nature Materials mostra como células-tronco em bandagens de biomateriais podem gerar rápido resultado na reparação de ossos quebrados. O método criado por pesquisadores do King’s College London utiliza de estrutura envolvida em proteínas para o desenvolvimento do produto idêntico a ossos. A abordagem pode evitar infecções e problemas mais graves em lesões ou fraturas complexas, por exemplo.

O biomaterial funciona como uma espécie de curativo que pode ser usado em qualquer parte o corpo. O objetivo é estimular o crescimento do osso afetado e reparar a lesão, por isso a bandagem pode ser utilizada no lugar do gesso comum. “O processo pode ser ainda mais acelerado com o crescimento de células-tronco ósseas que geram células ósseas em um gel tridimensional na bandagem e o transplante dessa bandagem parecida com um osso na fratura”, ainda destaca o estudo.

Reprodução

Objetivo dos pesquisadores da King’s College London foi encontrar método que reparasse com mais rapidez ossos lesados. Créditos: Taokinesis.22 imagens/Pixabay

Vantagens

A descoberta é ainda maior se a lenta, e até mesmo falha, recuperação de algumas lesões for considerada. Neste quadro, inclui-se, além de fraturas, lesões graves em pessoas idosas ou indivíduos que possuem complexos problemas de saúde que impactam na capacidade de cicatrização. Os métodos atuais de regeneração não utilizam de implantes sintéticos ou outros tecidos, mas dependem apenas do poder de reparação do próprio corpo.

Outro benefício da bandagem criada pelos pesquisadores do King’s College London é que ela ajuda na capacidade de formação de ossos a partir de células-tronco, o que não é possível em terapias tradicionais baseadas em células.

Cabe ainda frisar que o estudo abre a possibilidade de um biomaterial que também seja biodegradável. Isto significa que o material poderia facilmente ser absorvido pelo corpo depois de cumprido seu objetivo de crescimento e reparação do osso.

“Nossa tecnologia é a primeira a criar um tecido semelhante a um osso a partir de células-tronco ósseas humanas no laboratório dentro de uma semana e transplantá-lo com sucesso no defeito ósseo para iniciar e acelerar o osso reparo. O conceito de tecido de engenharia 3D e a bandagem têm o potencial de ser desenvolvido para diferentes tecidos e órgãos lesados”, disse Shukry Habib, do King’s College London, sobre o estudo inovador.

Agora, a próxima etapa para tornar o tratamento viável é a testagem clínica. A equipe desenvolvedora da bandagem ainda quer evoluir o conceito para cicatrização de outros órgãos e tecidos.

Via: Medical Express

Colaboração para o Olhar Digital

Leticia Riente é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital