Nasa fará testes com nova tecnologia de precisão de pouso

Método Splice tem como objetivo realizar aterrissagens com mais segurança e em locais ainda não explorados; primeiro teste do método deve ocorrer em breve
Leticia Riente18/09/2020 18h41, atualizada em 18/09/2020 19h29

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Em futura viagem espacial, a Nasa testará um novo sistema de pouso de precisão automatizado para espaçonaves. A nova tecnologia utilizará três lasers, uma câmera e um computador para processar todos os dados coletados. A primeira a experimentar o “Pouso Seguro e Preciso – Evolução de Capacidades Integradas’ (Splice, na sigla em inglês) deverá ser a espaçonave New Shepard, da empresa Blue Origin, do bilionário e também do dono da Amazon, Jeff Bezos.

O novo método foi desenvolvido com o objetivo de possibilitar pousos mais precisos e em locais mais íngremes, por exemplo. A estratégia abre uma série de possibilidades para explorar áreas ainda não descobertas pelo homem em planetas do universo. Inicialmente, o Splice tem como principal foco o pouso perfeito em terrenos antes considerados perigosos na Lua e em Marte.

Reprodução

Pousos precisos e seguros são um dos desafios de missões espaciais. Nasa quer transpor este obstáculo. Créditos: Ellen 11/iStock

Funcionamento do Splice

O trabalho começa vários metros acima do solo, onde o computador já está programado para a navegação segura. Resumidamente, este equipamento é abastecido com dez fotos por segundo, capturadas e enviadas pela câmera acoplada à espaçonave.

Depois desta fase, algoritmos buscam imagens em tempo real para comparar com características já conhecidas pela máquina. Isso ocorre para que o computador localize onde a espaçonave se encontra e a leve, em segurança, até o local de pouso determinado. Esta é uma das etapas mais importantes de todo o processo, visto que o Splice preza pelo pouso motorizado o mais preciso possível.

Neste momento, a navegação com radar do tipo Doopler, como é chamado pela Nasa, calcula a velocidade em que a espaçonave está e qual o seu poder de alcance.  Em seguida, entram em cena os três lasers, que emitem luzes que se encaixam na espessura de um lápis.

Os luminosos são projetados no solo e refletem para o foguete, que desta forma saberá a exata distância entre ele o alvo de aterrissagem. Vale destacar que este sistema integrado pode ter acesso a uma área de até metade de um campo de futebol.

A Nasa ainda pretende testar um quarto componente principal, que seria especificamente para detecção de perigo. Este sistema deve ser colocado em prática em futuras missões planejadas.

O teste

Como já citado, a primeira espaçonave que deverá testar efetivamente esta tecnologia será a New Shepard. O treino não contará com idas para outros planetas, mas a nave sairá da nossa atmosfera e voltará para o pouso operando exatamente como faria caso estivesse na Lua ou em Marte.

Vale destacar que a Nasa já trabalha com pouso automatizado, como o do rover Perseverance, que está indo justamente em direção ao planeta vermelho. Mas o atual sistema não é preciso o suficiente, o que demanda grandes e demoradas análises para um pouco seguro e em terreno ideal.

“Desembarcar com segurança e precisão em outro mundo ainda apresenta muitos desafios. Ainda não há tecnologia comercial que você possa sair e comprar para isso. Todas as futuras missões de superfície poderiam usar essa capacidade de pouso de precisão, então a Nasa está atendendo a essa necessidade agora. E estamos promovendo a transferência e uso com nossos parceiros da indústria”, disse John Carson, gerente de integração técnica para pouso de precisão da Nasa.

Fonte: Tech Crunch/Nasa

Colaboração para o Olhar Digital

Leticia Riente é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital