Em 1964, em meio à corrida espacial, a Nasa lançou o satélite OGO-1, com a missão de estudar a magnetosfera da Terra. Sua jornada de décadas na órbita de nosso planeta acabou neste fim de semana, quando o satélite enfim reentrou na atmosfera terrestre e se desintegrou. Seus últimos momentos de vida foram registrados em vídeo.
O satélite fazia parte do projeto Orbiting Geophysical Observatories da Nasa, missão que oficialmente terminou em 1971, mas permaneceu em órbita durante todo esse tempo como apenas mais um pedaço de lixo espacial.
O OGO-1 voltou a ser lembrado pela agência espacial norte-americana quando o Catalina Sky Survey (CSS), da Universidade do Arizona, avistou o satélite em 25 de agosto, enquanto procurava por asteroides que pudessem colidir com a Terra. Os pesquisadores investigaram mais a fundo e perceberam que não se tratava de um asteroide, e sim do satélite esquecido.
A comunidade PYF Spotters, do Facebook, normalmente é dedicada à observação de aviões, mas os integrantes conseguiram capturar em vídeo o momento da reentrada do satélite, nos céus do Taiti. O objeto em chamas corre pelo céu azul, antes de explodir e se desintegrar em vários pedaços menores.
Assim como a comunidade do Facebook, o Virtual Telescope Project (Projeto Telescópio Virtual) também avistou o OGO-1 antes de sua reentrada. Porém, diferentemente do vídeo, a foto mostra o satélite como um pequeno ponto luminoso em um fundo estrelado. Gianluca Masi, líder do projeto, conseguiu documentar alguns dos últimos momentos do satélite.
Ponto luminoso (indicado por uma seta) é o satélite OGO-1 ainda em órbita, pouco antes de sua reentrada na atmosfera. Imagem: Gianluca Masi/Virtual Telescope Project
“Embora OGO-1 tenha sido a primeira espaçonave a ser lançada na série OGO, será a última a retornar para casa, pois todas as outras cinco espaçonaves já decaíram da órbita e reentraram com segurança na atmosfera da Terra, pousando em várias partes dos oceanos do planeta”, disse a Nasa em comunicado divulgado semana passada.
A Nasa chamou a reentrada do satélite de “uma ocorrência operacional final normal para espaçonaves aposentadas”, reiterando que nunca houve risco de causar danos ao retornar para o planeta.
O OGO-1 entrou para os livros de História há muito tempo, mas seu fim é um lembrete do crescente problema de lixo espacial: objetos que foram úteis durante seu tempo de serviço, mas permaneceram em órbita e agora são um perigo em potencial para outras naves. Pesquisadores trabalham em uma forma de reduzir os danos, mas ainda temos um longo caminho a percorrer antes de termos uma órbita limpa novamente.
Via: CNET