Confira dez tendências que moldarão a ciência na década de 2020

Viagens espaciais, carros voadores, cuidados com o meio ambiente e muitas outras coisas serão o foco da ciência nos próximos anos
Vinicius Szafran26/02/2020 20h20, atualizada em 26/02/2020 21h02

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Muitas coisas podem acontecer em uma década. Há algum tempo, pensava-se que a partir do ano 2000 veríamos robôs andando pelas ruas e carros voadores, mas isso não aconteceu. Ao menos, por enquanto.

Já no final da década de 2010, os humanos foram derrotados em jogos de tabuleiro pela inteligência artificial, embriões geneticamente modificados se tornaram uma realidade e viagens espaciais comerciais são uma possibilidade. Com base nas inovações de agora, a Smithsonian Magazine selecionou algumas potenciais tendências tecnológicas para a década de 2020.

Máquinas (muito) inteligentes

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Estamos atravessando uma grande revolução digital. Os computadores foram programados para “pensar” sozinhos, e agora conseguem diagnosticar doenças com mais eficácia que médicos, derrotar pessoas em jogos e prever o tempo.

Foram tantas transformações que chega a ser difícil adivinhar o que vem a seguir, mas algumas empresas já preparam grandes planos. Uma delas é o Google, que desenvolveu uma tecnologia para diagnosticar o câncer de mama e anunciou planos para lançar mais produtos similares para outras doenças.

reconhecimento facial é outro tópico que vem ganhando força, e que muitas agências policiais já têm feito uso considerável. Muito disso se deve às redes neurais, uma forma de aprendizado de máquina baseada na conectividade do cérebro humano que se tornou excelente na escolha de padrões ocultos de conjuntos massivos de dados.

Além disso, as implicações legais, sociais e éticas do uso de inteligência artificial já fazem parte do mundo. Questões como privacidade e a possibilidade de uso incorreto ou tendencioso dos dados têm potenciais desastres para a sociedade.

Carros voadores

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Por mais que os veículos voadores em desenvolvimento atualmente se assemelhem mais a grandes drones movidos a eletricidade, essa pode ser a década em que os carros fiquem mais próximos daquilo previsto pelos “Jetsons” – veículos que podem transitar tanto pelo chão quanto pelo ar.

O maior mercado para carros voadores é para frotas de táxis aéreos, que é um pedido da Uber desde 2016. Porém, até que a infraestrutura e as leis suportem o tráfego aéreo, as pessoas não poderão atualizar seus veículos – e muitas duvidam que isso se torne popular.

Missões espaciais

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Novas grandes missões espaciais estão programadas para a próxima década. É o caso do programa Artemis, da Nasa, que levará a primeira mulher e o próximo homem à Lua até 2024, com viagens adicionais a cada ano subsequente. Os astronautas ainda não pousarão em Marte, mas novos veículos devem andar pelo planeta vermelho.

sonda japonesa MMX será enviada para as duas luas marcianas também em 2024, para coletar amostras do solo e inspecionar o ambiente das luas antes de retornar. As grandes agências espaciais também enviarão sondas para pousar e estudar asteroides, buscando as origens da Terra.

Saúde pública global

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Em meio ao surto de Covid-19, muitas pesquisas se voltam para dispositivos que facilitem a identificação e o diagnóstico de doenças infecciosas. A OMS aumentou o financiamento para iniciativas que investem na produção de vacinas em países afetados por epidemias. Cientistas desenvolveram aplicativos para celulares que detectam patógenos em amostras biológicas. O uso de IA para prevenir surtos também é uma realidade. Sem dúvidas, mais progressos essa área virão.

Melhores baterias

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Esqueça os combustíveis fósseis. O futuro é elétrico, e avanços nas baterias serão cruciais para a inovação na década de 2020. Painéis solares, smartphones, carros elétricos, entre muitas outras coisas, exigem melhor vida útil das baterias e formas mais limpas de produção. Descobrir novos materiais para a fabricação de baterias é um desafio atual de muitos engenheiros.

Excesso de plástico

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A humanidade produziu mais de oito bilhões de toneladas de plástico nos últimos 70 anos. A maior parte existe até hoje, causando danos ambientais continuamente. Como forma de aliviar o problema, pesquisadores buscam métodos alternativos de reduzir esse número.

Substitutos para o plástico feitos com materiais como cogumelos, fibras de linho e cascas de camarão são alguns dos alvos das pesquisas, além das tentativas de tornar o material original mais degradável. No entanto, mesmo invenções simples podem levar anos para chegar ao mercado. Enquanto isso, países de todo o mundo passam a proibir plásticos de uso único, como canudos.

Psicodélicos medicinais

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Depois da maconha, gradativamente aprovada para fins medicinais em diversos lugares do mundo, chegou a vez das drogas psicodélicas. A Johns Hopkins Medicine lançou o Centro de Pesquisa em Psicodélica e Consciência no ano passado, para estudar o uso de psicodélicos no tratamento de doenças como Alzheimer, dependência química e transtorno de estresse pós-traumático.

Substâncias como a psilocibina – substância química dos “cogumelos mágicos” – e o ecstasy são objetos de estudo para novas terapias contra diversas condições, como ansiedade, transtorno depressivo grave e dependência de nicotina. A tendência para a próxima década é que esses estudos se intensifiquem.

Enfrentando o apocalipse ambiental

Com o avanço desenfreado da humanidade, inúmeras espécies animais e vegetais estão em risco de extinção. A ONU estabeleceu o fim da próxima década como o prazo para medidas sérias para salvar essas populações.

Grandes empresas patrocinam projetos que usam da tecnologia para ajudar na preservação das espécies. Cloud e IA, por exemplo, são usadas para identificar animais, facilitando o mapeamento das populações. Outros usam rastreamento passivo, com armadilhas fotográficas, para coletar dados sobre os esforços de conservação.

Dispositivos como scanners portáteis de DNA e um software de reconhecimento facial estão sendo criados para ajudar autoridades a identificar itens comercializados ilegalmente, como chifres de rinoceronte, e o tráfico de chimpanzés, respectivamente.

Alimento para todos

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O planeta terá de gerar mais alimento nos próximos 35 anos do que jamais foi produzido na história da humanidade – o que certamente sobrecarregará os recursos agrícolas. É nessa imensa quantidade que entram as culturas geneticamente modificadas.

Grãos alterados, como o arroz dourado (uma variante do arroz branco com beta-caroteno), podem começar a ser distribuídos antes do fim da década de 2020. Ao pensar em aquecimento global, lavouras mais resistentes ao calor também estão em desenvolvimento. Pesquisadores também priorizam tecnologias que minimizem o desperdício de alimentos e reduzam a dependência mundial de carnes e laticínios.

Energia renovável

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A década de 2010 foi a mais quente já registrada. Sem uma queda drástica nas emissões de carbono, os próximos dez anos devem trazer novos recordes de calor.

A energia limpa deve ultrapassar o carvão como fonte dominante de eletricidade em 2030. O maior potencial está concentrado na energia solar, cujos preços para fins comerciais continuam a cair. Entretanto, uma expansão do mercado de energia limpa não garante um corte nas emissões de carbono. As energias renováveis representam ainda uma pequena fração do total do setor.

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital