Pesquisadores israelenses desenvolveram bactérias alimentadas apenas com dióxido de carbono (CO2) que podem ajudar a desenvolver tecnologias futuras que reduzam o acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera. O estudo foi publicado pelo Instituto Weizmann de Ciência (WIS) e seus resultados podem ajudar a combater uma das principais causas do aquecimento global, que é a emissão em larga escala de carbono.
As bactérias E.Coli foram reprogramadas pelos cientistas israelenses para usar o dióxido de carbono do ambiente na produção de açúcares necessários para construir sua biomassa. Os pesquisadores mapearam os genes essenciais para esse processo e adicionaram alguns deles ao genoma dos microrganismos.
Durante o processo, eles inseriram um gene na bactéria que lhe permite receber energia de uma substância chamada formiato. Porém, essa alteração por si só não foi capaz de mudar suas dietas, que antes se alimentavam de açúcar para produzir dióxido de carbono. Por isso, foram necessários processos de “evolução laboratorial” para eliminá-las gradualmente do “vício” em açúcar.
A introdução da nova “dieta” ocorreu quase homeopaticamente e, a cada etapa do processo, as bactérias cultivadas receberam uma quantidade decrescente de açúcar, ao passo que recebiam uma abundância de CO2 e formiato. Assim, cada geração de microrganismos apresentava menos dependência do açúcar. Segundo os cientistas, após cerca de seis meses de adaptação ao novo regime alimentar, alguns passaram pelo “turnover nutricional” completo.
Estima-se que os hábitos “saudáveis” dessas bactérias podem ter efeitos positivos para o bem-estar da Terra. Isso seria muito útil para empresas de biotecnologia que criam produtos químicos comuns usando leveduras ou culturas de células bacterianas, por exemplo. Afinal, será possível elaborar essas bactérias em células com C02 em vez de grandes quantidades de xarope de milho, prática usada atualmente.
Via: Weather