A Microsoft anunciou que planeja remover todo o dióxido de carbono já liberado na atmosfera até 2050. A empresa se comprometeu a se tornar negativa em carbono até 2030, o que significa retirar mais dióxido de carbono, do que emite, da atmosfera.

A tecnologia necessária para tornar esse projeto uma realidade ainda é cara e não está amplamente disponível comercialmente, então a empresa planeja gastar um bilhão de dólares nos próximos quatro anos para financiar a inovação na captura, redução e remoção de dióxido de carbono da atmosfera.

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A Microsoft é neutra em carbono desde 2012: cancela suas emissões com energia renovável e compensações de carbono. Também começou a cobrar uma taxa interna em suas unidades pelos gases de efeito estufa que geram, para fazer com que suas divisões reduzam suas emissões. 

De acordo com o presidente da Microsoft, Brad Smith, essas medidas não são mais ambiciosas o suficiente para a empresa. Agora, pretendem abastecer todo o uso de eletricidade a partir de fontes renováveis até 2025. As taxas cobradas de suas unidades serão usadas para financiar suas novas iniciativas climáticas.

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O compromisso mais audacioso da Microsoft é seu esforço para tirar o carbono da atmosfera. A companhia confia nas novas tecnologias e investiga significativamente em uma solução ainda controversa. Defensores da captura de carbono dizem que a tecnologia está madura o suficiente para atingir os objetivos da empresa. O apoio da Microsoft pode, finalmente, tornar a solução mais barata e atraente para outras empresas.

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A Microsoft espera lançar 16 milhões de toneladas de carbono este ano, o equivalente a 15 usinas de carvão. A captura de dióxido de carbono do ar ainda pode custar US$ 600 por tonelada. Assim, a empresa poderia gastar US$ 9,6 bilhões apenas para remover as emissões deste ano, sem falar em tudo que foi lançado desde sua fundação.

Já os críticos dessa tecnologia se preocupam e temem que a redução do carbono após sua emissão diminua a pressão em cima dos poluidores para queimar menos combustíveis fósseis. Dez companhias de petróleo e gás decidiram, em 2016, canalizar US$ 1 bilhão para o desenvolvimento dessas tecnologias.

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Até 2030, a Microsoft se comprometeu a reduzir suas emissões em mais da metade. A mudança para fontes de eletricidade renováveis em 2025 fará parte desse caminho. A empresa se responsabiliza, não apenas pelas emissões de gases do efeito estufa lançados diretamente por ela, como também pelas dos fornecedores que contrata e dos consumidores que usam seus produtos. Em relação ao Xbox, a empresa considera a eletricidade de suas operações, a poluição causada pelos materiais necessários para fabricar o console, as emissões do transporte e a energia gasta quando alguém usa o aparelho.

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Para lidar com mudanças climáticas e usar tecnologias de emissões negativas, a Microsoft também precisa garantir uma maneira segura e permanente de armazenar o carbono capturado, para que não seja liberado novamente.

A Microsoft ainda faz negócios com empresas de combustíveis fósseis. Em setembro, anunciou um grande acordo com os gigantes da indústria do petróleo, Chevron e Schlumberger, para “acelerar o desenvolvimento de soluções nativas da nuvem e fornecer insights de dados acionáveis para a indústria” usando a plataforma de computação em nuvem da Microsoft Azure. No anúncio da semana passada, a empresa disse que está lançando uma nova “calculadora de sustentabilidade” para ajudar os clientes do Azure a rastrearem suas pegadas de carbono.

Os funcionários da Microsoft pediram que a empresa tomasse medidas maiores para lidar com a crise climática. Em uma carta, eles exigiram zero contratos com empresas de combustíveis fósseis, financiamento zero para políticos que negam o aquecimento global e emissões zeradas até 2030.

Via: The Verge