Em novembro do ano passado, o Google anunciou a compra da Fitbit por US$ 2,1 bilhões. A aquisição, porém, vai enfrentar problemas judiciais antes de ser concretizada. A União Europeia decidiu investigar a negociação em relação a um possível monopólio. Reguladores e grupos de defesa do consumidor temem que, com o acesso a dados sensíveis, como prática de atividades físicas, frequência cardíaca, padrão de sono e mais, a empresa de busca tenha ainda mais controle do mercado.

Grupos da Europa, Estados Unidos, México, Canadá e Brasil dizem que esse é um “caso de teste” para a capacidade dos reguladores de impedir o monopólio de dados. O Google, por sua vez, afirma que as informações coletadas pela Fitbit não serão usadas no direcionamento de anúncios. As autoridades europeias, porém, exigem mais concessões e garantias de que os dados não serão usados para melhorar o mecanismo de busca.

A investigação deve levar quatro meses para ser concluída. Até lá, o Google não poderá finalizar a transação. Ainda em 2019, a empresa adquiriu parte da tecnologia de smartwatch da Fossil por US$ 40 milhões, em um esforço para criar seus próprios dispositivos vestíveis integrados ao Android.

ReproduçãoTecnologia da Fitbit pode ajudar Google a desenvolver seus próprios dispositivos vestíveis, mas também a melhorar sua ferramenta de busca. Foto: Reprodução

A notícia da investigação, que deve ser anunciada oficialmente na próxima semana, chega um dia após os CEO das principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos, como Amazon, Apple, Facebook e do próprio Google, participarem de Congresso para falar sobre práticas de monopólio no setor.

Google admite que recebe dados coletados

Seu Android coleta informações de como você interage com aplicativos e serviços, como Facebook, WhatsApp e Instagram, e as repassa ao Google. Essa informação foi publicada na quinta-feira passada (23), pelo site The Information, especializado em tecnologia, e confirmada pelo próprio Google. A empresa ainda acrescentou que outros desenvolvedores também têm acesso a esse recurso.

De acordo com o site, um programa interno do Google, chamado Android Lockbox – ferramenta dentro dos serviços móveis do Google, como Maps, YouTube e Gmail – dava a funcionários da empresa acesso a dados confidenciais sobre outros aplicativos em seu celular. As informações coletadas incluem a frequência com que você abre esses aplicativos e quanto tempo passa em cada um deles.

Via: The Verge