Dinossauros tinham sangue quente, indica estudo

Resultado de análise das cascas de ovos dos répteis pré-históricos contraria anos de teorias
Redação19/02/2020 16h18, atualizada em 19/02/2020 16h45

20190503080516

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Uma nova técnica usada para analisar a química das cascas de ovos de dinossauros revelou uma característica diferente dos répteis pré-históricos, contrariando anos de teorias. Segundo pesquisa publicada no periódico científico Science Advances, os dinossauros possuíam sangue quente.

“Os dinossauros ficam em um ponto evolutivo entre pássaros, de sangue quente, e répteis, de sangue frio. Nossos resultados sugerem que todos os principais grupos de dinossauros teve corpo mais quente que a temperatura do ambiente”, escreveu Robin Dawson, principal autor da pesquisa.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas testaram fósseis da casca dos ovos de três grandes grupos de dinossauros, utilizando um processo chamado de paleotermometria isotópica agrupada. Essa técnica se baseia no fato de que a temperatura determina a ordem dos átomos de oxigênio e carbono na casca do ovo. Depois disso, é possível calcular a temperatura corporal interna da mãe dinossauro.

Como forma de comparação, foi feita a mesma análise em cascas de ovos de invertebrados de sangue frio com os mesmos locais de desova em que foram encontrados os ovos de dinossauros. Isso ajudou a determinar as características do ambiente e, consequentemente, se o corpo dos dinossauros eram mais quentes ou frios.

Reprodução

Foto: KtD/Adobe

Dawson afirmou que as amostras de Troodonte eram até 10 graus Celsius mais quentes que o ambiente, enquanto do Maiassauro eram 15 graus mais quente e do Megaloolithus ficaram entre 3 e 6 graus mais altas que o ambiente. “O que descobrimos indica que a capacidade de elevar metabolicamente suas temperaturas acima do ambiente era uma característica antiga e evoluída para os dinossauros”, disse o pesquisador.

Os resultados podem trazer outras mudanças sobre o que se imagina sobre estes seres. O estudo mostra que o tamanho do corpo e a taxa de crescimento de um dinossauro não são um bom indicador da temperatura corporal. Segundo os cientistas, as informações ainda podem ajudar na descoberta do papel das penas na evolução dos primeiros pássaros.

“É possível que as penas densas tenham sido selecionadas principalmente para isolamento, pois o tamanho do corpo diminuiu nos dinossauros terópodes no caminho evolutivo para as aves modernas”, afirmou Dawson. “Mais tarde, as penas poderiam ter se desenvolvido para exibição sexual ou voo”, concluiu.

Via: Futurity

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital