‘Ceifador da Morte’: ancestral do T. Rex é encontrado no Canadá

O Thanatotheristes degrootorum viveu no período Cretáceo - entre 145 a 65 milhões de anos atrás - e media cerca de 8 metros de comprimento
Renato Mota10/02/2020 22h31

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Fósseis de um ancestral do Tiranossauro Rex foram encontrados no Canadá, de acordo com um estudo publicado Cretaceous Research. O Thanatotheristes degrootorum, carinhosamente apelidado de “ceifador da morte” (Thanatos é o deus grego da morte e “theristes” é grego para “ceifador”), é o mais antigo conhecido tiranossauro já registrado na América do Norte, afirmam os pesquisadores.

“Definitivamente, seria um animal imponente, com cerca de 2,4 metros de altura nos quadris”, explica o paleontólogo Jared Voris, da Universidade de Calgary, em entrevista ao Live Science. O T. degrootorum viveu durante o período Cretáceo, o último período da era dos dinossauros, que durou de cerca de 145 a 65 milhões de anos atrás.

O fóssil em questão tem 79,5 milhões de anos, e impressiona pelos dentes com mais de 7 centímetros de comprimento. Do focinho à cauda, ​​o dinossauro media cerca de 8 metros de comprimento, ou aproximadamente o comprimento de quatro colchões king-size alinhados de ponta a ponta.

Foram encontrados dois crânios e mandíbulas parciais do tiranossauro recém-descoberto, o que impede de calcular sua massa, pela ausência de membros posteriores. Mas os fósseis desenterrados foram suficientes para definir a criatura como uma espécie recém-descoberta – especialmente pelo conjunto de sulcos verticais que corriam dos olhos ao longo do focinho superior.

“Esses sulcos não se parecem com nada que já vimos antes em outras espécies de tiranossauros”, afirma o paleontólogo. “Exatamente o que os cumes fazem, não temos muita certeza”.

Os fósseis foram descobertos em 2010, na Formação Primária de Alberta, uma unidade de rocha que contém restos poucas espécies de dinossauros. Os únicos outros encontrados nessa formação rochosa eram herbívoros: um parente do Triceratops, Xenoceratops foreostensis, e o paquicefalossauro Colepiocephale lambei.

“Dado que esses herbívoros são da mesma camada rochosa que T. degrootorum, é um bom palpite que eles estavam no cardápio dos carnívoros”, acredita a co-pesquisadora Darla Zelenitsky, professora assistente de paleontologia da Universidade de Calgary.

Não está claro por que esses tiranossauros tinham tipos diferentes de corpo e formato da cabeça, “mas isso pode ser devido a diferenças na dieta – ou seja, o tipo de presa que eles comeram e sua estratégia para caçá-los”, disse Zelenitsky.

Apesar da aparência monstruosa, o T. degrootorum não era tão grande quanto o T. rex, que viveu cerca de 12 milhões de anos depois. Mas sua descoberta mostra que os tiranossauros “não eram todos hipocarnívoros colossais como o T. Rex, mas havia muitos subgrupos que tinham seus próprios domínios e seus próprios tipos de corpo e provavelmente estilos de caça durante o período mais recente do Cretáceo “, avalia Steve Brusatte, paleontologista da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

Via: Live Science

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital