A Redwood Materials, startup criada pelo cofundador da Tesla, JB Straubel, recebeu um grande financiamento da Amazon. O objetivo da empresa é extrair lítio, cobalto e níquel de smartphones e eletrônicos antigos para reutilização em novas baterias.
Essa é uma das cinco empresas nas quais a Amazon está investindo como parte de seu Fundo de Compromisso Climático de US$ 2 bilhões, anunciado neste ano.
Jeff Bezos, CEO da Amazon, afirmou em comunicado que este primeiro lote de empresas estava “canalizando sua energia empreendedora para ajudar a Amazon e outras empresas a atingir o zero líquido até 2040 e manter o planeta mais seguro para as gerações futuras”.
Straubel trabalhou como chefe de tecnologia na Tesla de 2003 a 2019. Após perceber que a mudança global para veículos elétricos provavelmente causará danos ambientais desnecessários, gerados pelo aumento na mineração, decidiu criar a Redwood, em 2017.
Amazon busca zerar sua pegada de carbono até 2040. Imagem: Jonathan Weiss/Shutterstock
Em entrevista ao Financial Times, ele disse que sua visão é um “mundo onde todo o transporte seja feito por veículos elétricos e temos baterias para alimentar um mundo sustentável. E todas essas baterias podem ser recicladas e remanufaturadas muitas e muitas vezes, para que possamos ter um circuito quase fechado”.
A startup tem menos de 100 funcionários, mas já arrecadou US$ 40 milhões em investimentos do Capricorn Investment Group, uma empresa de capital de risco focada em sustentabilidade, e da Breaktrough Energy Venture, um fundo apoiado por Bezos, Bill Gates e vários outros bilionários, especialmente do mundo da tecnologia.
“Há uma quantidade fenomenal de telefones celulares no mundo que atualmente estão sendo descartados como lixo ou jogados em aterros sanitários”, disse Straubel, estimando cerca de um bilhão de aparelhos por ano. “É um recurso enorme e inexplorado”, continuou. “Se pudermos recuperar 98 ou 99% desses materiais e reutilizá-los, não precisamos de muito material novo para manter todo o processo em execução”.
Baterias usadas repetidamente acabam estragando, mas Straubel explicou que os elementos subjacentes não eram incorporados ao meio ambiente, possibilitando que fossem quebrados e reutilizados.
Elon Musk e JB Straubel, fundadores da Tesla. Imagem: Wikicommons
Straubel não quis dizer quanto a Amazon investiu, mas disse que há “potencial para parceria em vários níveis diferentes”. Isso pode incluir ajudar sua investidora a construir um processo de reutilização de eletrônicos de consumo vendidos na Amazon. No ano passado, a Redwood lançou uma parceria similar com a Panasonic, para recuperar a sucata deixada na fabricação de baterias na gigafábrica da Tesla.
Impacto ambiental
Os esforços da Amazon para reduzir seu impacto ambiental colidiram com a realidade de atender à grande demanda de compras após a Covid-19, e com a obsessão de Bezos por reduzir cada vez mais o prazo de entrega das mercadorias.
Em 2019, a pegada de carbono da Amazon aumentou 15% em relação a 2018. Com 51,2 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente, suas emissões do ano passado foram semelhantes a de 13 usinas de carvão funcionando por um ano inteiro, segundo ferramenta de comparação da Agência de Proteção Ambiental dos EUA.
A empresa estipula o ano de 2040 como sua chegada ao carbono zero, uma década antes da meta estabelecida pelo Acordo de Paris. Esse esforço inclui a encomenda de 100 mil veículos de entrega da Rivian, a serem lançados no máximo até 2030. O primeiro lote de vans elétricas Rivian começará a entregar pacotes no próximo ano.
Via: Ars Technica