Que empresas farmacêuticas ao redor do mundo estão correndo para desenvolver uma vacina eficaz contra o novo coronavírus todos já sabem. No entanto, mesmo com o aumento da produção e dos esforços, não haverá, segundo o jornal Financial Times, a quantidade necessária do imunizante para todos, ao menos até o fim de 2024.
“Vai levar de quatro a cinco anos até que todos recebam a vacina neste planeta”, afirmou Adar Poonawalla, CEO do Instituto do Soro da Índia (SII, na sigla em inglês). “Eu sei que o mundo quer ser otimista nisso, [mas] não ouvi falar de ninguém chegando nem perto desse [nível] agora”, acrescentou Poonawalla.
Ainda de acordo com Poonwalla, é provável que a vacina contra a Covid-19 precise de uma segunda dose para reforço, o que, em um mundo com cerca de 7,8 bilhões, significa mais de 15 bilhões de injeções.
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Por mais que governantes de grandes nações ao redor do mundo prometam vacinas contra o coronavírus até mesmo para o fim de 2020, Poonwalla lembra que também é necessário pensar nos países menos desenvolvidos, que precisarão igualmente do imunizante.
Como CEO de um instituto de biotecnologia, Poonwalla se aprontou a fechar uma parceria com a AstraZeneca, farmacêutica responsável pela distribuição da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, para distribuir doses que custam apenas cerca de US$ 3 (aproximadamente R$ 16 na conversão direta das moedas) para 68 países. Além disso, um acordo com outra empresa expandiria o alcance para 92 países.
Outro desafio para o SII será a distribuição em si, já que é possível que os frascos tenham que ser embalados a frio para garantir a eficácia e segurança do imunizante. “Você não quer uma situação com a vacina em que tenha capacidade para o seu país, mas não possa consumi-la”, disse Poonwalla.
Um pouco mais otimista, Peter Hale, diretor-executivo da Fundação para Pesquisa de Vacinas dos Estados Unidos, acredita que duas ou mais vacinas com uma taxa de eficácia de, no mínimo, 75% seriam “suficientes para conter a propagação da infecção e parar a pandemia – embora não sejam boas o suficiente para enviar o vírus para a lata de lixo da história”.
Via: Futurism