A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou neste sábado (12) a retomada dos testes para a vacina contra a Covid-19 no Brasil. Comandada pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com o laboratório AstraZeneca, os testes estavam suspensos desde a última terça-feira (08), quando um voluntário britânico apresentou uma reação adversa ao imunizante.
A Universidade de Oxford já tinha avisado que retomaria o estudo, mas não havia emitido nenhum comunicado oficial aos países participantes. Desde então, a Anvisa aguardava para decidir pela liberação da continuidade dos testes.
Em nota, a agência afirmou que “após avaliar os dados do evento adverso, sua causalidade e o conjunto de dados de segurança gerados no estudo, a Agência concluiu que a relação benefício/risco se mantém favorável e, por isso, o estudo poderá ser retomado”.
A vacina está na fase 3, que é o estágio final de estudos, quando os pesquisadores avaliam a eficácia e a proteção do imunizanete. Segundo o Instituto Butantan, somente após a finalização do estudo de fase III e obtenção do registro sanitário é que a nova vacina poderá ser disponibilizada para a população.
Além do Brasil, outros 5 países participam do processo. Aqui, ele está sendo coordenado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que afirma que mais de 4,5 mil participantes já receberam uma dose do imunizante.
Os estados de DF e MA confirmaram interesse pela “Sputnik V”, a vacina russa, que já teve o primeiro lote liberado. Foto: Shutterstock
Segundo o CRIE (Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais), da Unifesp, até agora não foram relatados casos de reações adversas à vacina entre os voluntários brasileiros.
“É importante destacar que a Anvisa continuará acompanhando todos os eventos adversos observados durante o estudo e, caso seja identificada qualquer situação grave com voluntários brasileiros, irá tomar as medidas cabíveis para garantir a segurança dos participantes”, conclui a nota da Agência.
Para os testes, a Unifesp recebeu apoio financeiro da Fundação Lemann, uma ONG que trabalha com iniciativas de educação pública. Para Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação, “inserir o Brasil no panorama de vacinas contra a Covid-19 é um marco importante para nós, brasileiros, e acredito que poderemos acelerar soluções que tragam bons resultados e rápidos”, comenta.
Vacinas estão em desenvolvimento
A vacina mais avançada é esta de Oxford, que iniciou a fase 3 em julho e tem previsão de ser testada em 50 mil voluntários, nos 6 países participantes. No entanto, conforme divulgou o Olhar Digital, em todo o mundo, mais de 160 vacinas estão em desenvolvimento. Dessas, 24 já estão sendo testadas em humanos, nas fases 1, 2 ou 3.
Outra vacina que está próxima de ser liberada é a Sputnik V, feita na Rússia. Apesar de ter sua eficácia contestada por cientistas, o imunizante russo já teve seu primeiro lote liberado, na última terça-feira (08) e agora aguarda a entrega do lote. Segundo o Ministério da Saúde da Rússia, isso deve acontecer em “um futuro próximo”.