Governo indiano bane jogo PUBG do país, junto com mais de 100 apps

Em um conflito com a China que já dura décadas, a Índia estendeu a disputa para o campo da tecnologia, e já proibiu no país centenas de apps de empresas chinesas
Renato Mota02/09/2020 21h09

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Não é só nos Estados Unidos que os aplicativos desenvolvidos por empresas chinesas estão enfrentando dificuldades. A Índia baniu 118 apps “made in China”, incluindo o jogo “PlayersUnknowns BattleGround” (e sua versão lite), numa lista que vem crescendo desde junho e já conta com centenas de programas.

Em nota, o Ministério de Eletrônica e Tecnologia da Informação da Índia disse que está banindo esses aplicativos para manter a soberania do país. “No interesse da soberania e integridade da Índia, defesa da Índia, segurança do Estado e usando os poderes soberanos, o governo da Índia decidiu bloquear o uso de certos aplicativos, usados em dispositivos móveis e não móveis habilitados para internet”, afirma o comunicado.

Nessa nova leva estão Alipay, Sina News, Dual Space, LivU e VPNs que eram usados para acessar o TikTok, entre muuitos outros. De acordo com o ministério, esses apps são acusados de “roubo e transmissão clandestina de dados de usuários de maneira não autorizada para servidores localizados fora da Índia”.

China e Índia estão há décadas em uma disputa territorial sobre a soberania territórios na fronteira em comum. As medidas do governo indiano em relação aos aplicativos parecem demonstrar que o país está disposto a levar questão também para o campo da tecnologia.

XanderSt/Shutterstock

O TikTok estava entre os primeiros aplicativos banidos na Índia. Imagem: XanderSt/Shutterstock

A primeira leva dos banidos incluiu TikTok e WeChat. Em julho, foi a vez de outros 47 apps serem proibidos no país, incluindo o Cam Scanner Advance e versões lite personalizadas do Helo e ShareIt. No início de agosto, o governo local pediu que as lojas de aplicativos do Google e da Apple expurgassem do país o Baidu Search e o Weibo.

Com mais de um bilhão de habitantes, a perda do mercado indiano é um grande baque para as empresas chinesas. Por outro lado, os maiores beneficiário são Facebook e o Instagram. Segundo a empresa de pesquisa Kantar, ambas as redes sociais testemunharam um aumento de 30% no envolvimento de usuários no país em agosto.

O governo indiano supostamente está considerando ainda proibir outros aplicativos, como a gigante do varejo online AliExpress, jogos da NetEase (alguns que até licenciam conteúdo da Marvel) e vários aplicativos da marca Mi, da fabricante de celulares Xiaomi

A imprensa indiana sugeriu que a finlandesa Supercell – desenvolvedora do “Clash of Clans” – também pode ser banida, com base no fato de a chinesa Tencent ter uma grande participação no negócio.

Via: The Next Web

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital