Guerra comercial entre EUA e China pode levar fábricas da Foxconn ao México

Empresa estaria projetando levar produção do iPhone para a América do Norte para driblar tarifas
Renato Santino25/08/2020 01h34

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O acirramento das disputas comerciais entre China e Estados Unidos podem começar a causar a reorganização de linhas de montagem pelo mundo. Múltiplas produtoras de componentes eletrônicos gigantescas estariam pensando em ampliar fábricas fora da China, mirando principalmente o México.

Segundo a Reuters, entre as marcas estão nomes de peso como Foxconn, Pegatron e Luxshare. A primeira, envolvida diretamente na produção do iPhone, inclusive levaria a linha de montagem do celular da Apple para o México, o que seria uma mudança significativa na “geografia” da produção do dispositivo.

A mudança estaria ligada ao temor da ampliação das tarifas na negociação entre os países, que pode tornar mais difícil a vida de quem produz na China e quer vender nos Estados Unidos, potencialmente causando aumento nos custos de produção que pode aumentar o preço para o consumidor final ou reduzir as margens de lucro.

A escolha pelo México teria a ver com um novo acordo costurado entre os países da América do Norte, que permite a exportação livre de tarifas para os Estados Unidos em alguns casos, o que seria benéfico para as empresas envolvidas e evitaria a burocracia envolvida na guerra comercial entre EUA e China. A decisão deve ser tomada até o fim do ano.

Apesar de o plano mexicano ainda ser uma possibilidade, é fato que a Foxconn tem buscado ampliar sua atuação fora da China. A companhia já anunciou um investimento de US$ 1 bilhão na Índia, onde a empresa produzirá iPhones para evitar tarifas de importação no país. A companhia tem se preparado para criar duas linhas de montagem distintas, justamente para driblar barreiras comerciais.

Quando diretamente questionadas, no entanto, as empresas não comentaram sobre o assunto ou negaram. A Foxconn ressaltou que já tem cinco fábricas no México, mas diz não ter planos para ampliar esse número.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital