Covid-19: cada brasileiro infectou outros três no início da pandemia

Dados de pesquisa da Faculdade de Medicina da USP mostram evolução da doença no país; desigualdade social afetou o número de diagnósticos
Redação31/07/2020 16h00, atualizada em 31/07/2020 16h40

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Nesta sexta-feira (31), a revista Nature publicou um estudo que mostra que, entre 25 de fevereiro e 31 de maio, cada brasileiro infectado com o coronavírus transmitiu a doença para, em média, outras três pessoas. A pesquisa foi feita por cientistas do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP, da Universidade de Oxford e do Imperial College de Londres.

Comparando com países como Itália, Reino Unido e Espanha, o Brasil possui um índice R0, como é chamado, um pouco maior. Nesses lugares, as estimativas ficaram entre 2,5 e 2,6. Para que a transmissão da doença seja contida, é necessário que este valor fique abaixo de um.

Os pesquisadores também perceberam uma associação entre maior renda e mais diagnósticos de Covid-19. Entre a população com renda média inferior, são mais casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), uma das principais consequências da infecção pelo coronavírus. A falta de acesso igualitário aos testes foi creditado como um fator para a “disseminação rápida e sustentada da epidemia” pelos pesquisadores.

ReproduçãoCada brasileiro transmitiu Covid-19 para, em média, outras três pessoas. Foto: Reprodução

No período estudado, outros oito vírus respiratórios circularam no Brasil, principalmente os responsáveis pela Influenza A e B, causadores de gripe e resfriado comum. “A cocirculação de outros patógenos respiratórios destaca a necessidade de aumentar a triagem laboratorial e molecular do Sars-Cov-2 e outros vírus respiratórios em laboratórios públicos em todo o Brasil”, destacaram os pesquisadores

21 remédios que inativam o vírus

Um grupo de pesquisadores identificou 21 medicamentos já existentes que podem ter eficácia contra a Covid-19. Os remédios testados conseguiram inativar o vírus numa cultura de células em laboratório, mas ainda não foram testados em humanos. Publicado na revista Nature, o estudo dá os primeiros passos para que se proponha um tratamento alternativo enquanto drogas específicas para a doença não são fabricadas.

Para chegar aos resultados, os cientistas analisaram 12 mil drogas pertencentes a uma coleção mundial de medicamentos chamada “ReFRAME Drug Repurposing Library”. A grande maioria das substâncias não teve efeito algum, mas cerca de 100 impediram a multiplicação do vírus. Dessas, apenas 21 mostraram eficácia em doses seguras para humanos.

Via: G1

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital