Hidroxicloroquina não funciona contra Covid-19 e aumenta risco de morte, diz novo estudo

Resultados apontam que cerca de 28% dos que receberam a substância morreram; número de óbitos entre os que receberam cuidados convencionais chega a 11%
Luiz Nogueira22/04/2020 12h20, atualizada em 22/04/2020 12h40

20200422091341

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Amplamente apontada como possível candidato como medicamento contra o novo coronavírus, a hidroxicloroquina passa por testes de uso em diversos países. No entanto, um estudo recente nos EUA concluiu que houve mais mortes entre aqueles que receberam a hidroxicloroquina contra os que tiveram cuidados padrão.

Conduzido por especialistas de várias universidades americanas, o estudo analisou resultados da aplicação do medicamento em 368 pacientes em diferentes condições. Ele considerou aplicações do remédio de forma única ou acompanhado do antibiótico azitromicina.

Os pesquisadores analisaram os dados de pacientes hospitalizados nos centros médicos da Veterans Health Administration, e que morreram ou tiveram alta até 11 de abril. O estudo, que foi divulgado na internet (pode ser lido aqui), ainda não foi revisado por autoridades de saúde, mas levanta uma questão importante sobre o uso do medicamento.

Resultados

Cerca de 28% dos que receberam a hidroxicloroquina juntamente aos cuidados habituais morreram, contra 11% daqueles que foram tratados de maneira convencional. Cerca de 22% dos que receberam a combinação do medicamento com a azitromicina também morreram.

Os pesquisadores não acompanharam os efeitos colaterais causados aos pacientes que tiveram os resultados analisados, mas sabe-se que a droga tem efeitos colaterais potencialmente graves, como alteração dos batimentos cardíacos de forma que pode levar à morte súbita.

Uso da hidroxicloroquina

Reprodução

Recentemente, o Instituto Nacional de Saúde dos EUA emitiu novas diretrizes de tratamento para uso do remédio. Eles afirmam que não há evidências suficientes para recomendar ou desencorajar o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina contra a Covid-19. De acordo com o instituto, exames mais aprofundados devem ser feitos antes de qualquer recomendação de uso.

Via: AP News

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital