Quatro pacientes tratados com hidroxicloroquina em UTI recebem alta

Apesar disso, não é possível determinar que a doença foi curada devido ao medicamento
Redação26/03/2020 20h21

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Quatro pacientes com Covid-19 internados em estado grave na UTI do Hospital Igesp, em São Paulo, receberam alta após tratamento com combinações de hidroxicloroquina e outras drogas.

Em entrevista ao UOL Viva Bem, o médico e coordenador das UTIs do hospital, Dante Senra, afirmou que foram administradas doses de 400 mg do medicamento em intervalos de 12 horas. Porém, devido a amostra relativamente pequena de pacientes, não é possível determinar que eles foram curados graças à hidroxicloroquina. “Como se trata ainda de um número pequeno, não há como estabelecer uma relação de causa e efeito”, disse Senra.

Segundo o médico, o Igesp não integra a Coalizão Covid-19. A pesquisa conduzida pelo Hospital Israelita Albert Einstein, Sírio Libanês, HCor e a empresa BRICNet deve iniciar testes clínicos com pacientes em estado grave na próxima semana. É estimado que, ao todo, mais de mil brasileiros participem das três etapas do estudo.

A reportagem do UOL não revela quais as outras drogas utilizados no tratamento dos quatro pacientes. Senre ressalta, no entanto,  que os protocolos internacionais sobre a droga foram “avaliados criteriosamente”.

Protocolo

No Brasil, o Ministério da Saúde definiu o protocolo de uso do hidroxicloroquina em hospitais somente nesta semana. De acordo com as orientações, o tratamento deve ser realizado ao longo de cinco dias e ministrado somente em pacientes críticos, sempre sob supervisão médica.

Já a venda do medicamento nas farmácias é controlada e exige a apresentação de receita branca assinada em duas vias por autoridades de saúde. O Ministério defende que o uso é exclusivo a ambientes hospitalares e apenas pacientes que utilizam a cloroquina para tratar outras doenças, como lúpus, artrite reumática e malária devem adquirir o remédio nos estabelecimentos comerciais especializados.

Eficácia ainda é dúvida

Embora promissor, a eficácia do tratamento com hidroxicloroquina ainda carece de evidências científicas. A aposta na droga é sustentada em pequenos estudos. Um deles envolveu 36 pessoas divididas em três grupos tratados com hidroxicloroquina; outro com uma combinação da droga com azitromicina; e o último com procedimentos convencionais.

Os pacientes que receberam somente a hidroxicloroquina e a combinação com a azitromicina apresentaram maior índice de recuperação do que o grupo de controle.

Em contrapartida, um ensaio clínico publicado no Journal of Zhejiang University, na China, apontou resultados contrários a hidroxicloroquina. Dos 15  pacientes que receberam o medicamento, 13 apresentaram resultado negativo para o coronavírus após uma semana de tratamento. Dos 15 pacientes que não receberam a hidroxicloroquina, 14 apresentaram resultado negativo para o vírus.

Fonte: Uol

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital