O primeiro dispositivo europeu a pousar na Lua nesta década será um pacote de análise de amostras, feito em conjunto pela Agência Espacial Europeia (ESA) e pela Roscosmos (agência espacial russa). A missão, chamada Luna-27, levará uma broca robótica para investigar a presença de água congelada no polo sul da Lua, e está programada para ser lançada em 2025.
O objetivo principal do módulo Luna-27 é estudar a composição do solo próximo ao polo sul lunar. A possível presença de água em estado sólido no local é um alvo-chave para a missão. A Luna-27 também busca mais informações sobre a quantidade de água presente e sua acessibilidade, para ajudar no planejamento de missões futuras.
A ESA colabora com a broca robótica Prospect e um mini-laboratório com um conjunto de instrumentos científicos. A Prospect é projetada para penetrar o solo em profundidades de até um metro, adquirir amostras lunares e enviá-las ao laboratório.
Existem várias regiões não exploradas na Lua. “A perspectiva permitirá que os cientistas compreendam melhor o terreno e preparem missões nas quais o solo lunar possa ser usado para criar oxigênio ou combustível, por exemplo”, disse David Parker, diretor de exploração humana e robótica da ESA.
O gerente de projetos do Prospect está confiante após a conclusão da fase preliminar do projeto. “O Prospect faz parte de uma nova onda pioneira de ciência e exploração lunar”, disse Richard Fisackerly.
Sua confiança foi reafirmada após a assinatura de um contrato de € 31,5 milhões, cerda de R$ 130 milhões, com a indústria europeia que abre caminho para a ESA trabalhar em detalhes do projeto, testes adicionais e integração final do pacote de brocas e instrumentos que irão para a Lua.
O Luna-27 pousará na Lua usando um sistema europeu chamado Pilot para apoiar seu principal sistema de navegação, para pouso de alta precisão e prevenção de riscos.
Pensando nas condições do ambiente lunar, os testes da Prospect nos últimos meses foram realizados em temperaturas muito baixas, de até -150 ºC, sob baixa pressão e com simulador lunar. Nos testes, a broca coletava amostras e as levava até o laboratório a bordo da missão.
Enquanto os testes de perfuração despedaçavam rochas congeladas, o laboratório, chamado ProSPA, treinava seus métodos de análise com meteoritos reais. O ProSPA tem equipamentos semelhantes aos de um laboratório na Terra, e é especializado em amostras lunares ou meteoritos.
O sucesso da missão, contudo, não depende apenas dos equipamentos de ponta, mas também do local de pouso. Daí a importância do sistema Pilot: ele deve evitar que a nave pouse em locais que são iluminados pelo Sol por cerca de quatro semanas. Estima-se que as maiores concentrações de água congelada estejam em locais que recebem menos luz solar (dentro de crateras, por exemplo). No momento, as equipes buscam selecionar um local que atenda às exigências da Luna-27.
Via: ESA