A Nasa anunciou nesta terça-feira (28) que a sonda espacial Voyager 2, que junto com sua irmã Voyager 1 é um dos artefatos feitos pelo homem mais distantes de nosso planeta, experimentou um problema técnico em pleno espaço interestelar, a 18,5 bilhões de quilômetros de casa.
Segundo a agência espacial a sonda, lançada em 1977, não executou uma manobra programada na qual faria um giro de 360 graus para calibrar seu magnetômetro interno. Inadvertidamente, isso deixou dois sistemas que tem alto consumo de energia ligados ao mesmo tempo, drenando corrente em excesso.
Isso fez com que um sistema de proteção fosse ativado, e a espaçonave desligou seus instrumentos científicos. É como um disjuntor que “cai” quando um chuveiro e máquina de lavar são ligados ao mesmo tempo.
Here’s the skinny: My twin went to do a roll to calibrate the onboard magnetometer, overdrew power and tripped software designed to automatically protect the spacecraft.
Voyager 2’s power state is good and instruments are back on. Resuming science soon. https://t.co/4buDM32bap pic.twitter.com/4T856Lpxjm
— NASA Voyager (@NASAVoyager) January 29, 2020
A equipe da Nasa que acompanha a sonda conseguiu desligar um dos sistemas e religar os instrumentos, embora a coleta de dados ainda não tenha sido reiniciada. Antes de retomar a operação normal, o status de todos os sistemas da espaçonave está sendo analisado.
A fonte de energia da Voyager 2 é um gerador termoelétrico nuclear (RTG), cuja capacidade de produção de energia se degrada com o tempo. Em 2025, após 48 anos de operação contínua, o gerador não será mais capaz de alimentar nenhum instrumento a bordo, e a espaçonave estará “morta”.
Devido à distância entre a Voyager 2 e a Terra, foram necessários vários dias para que o problema fosse diagnosticado e corrigido. Atualmente são necessárias 34 horas para completar um único comando na Voyager 2: 17 horas para enviá-lo e mais 17 horas para ouvir a resposta.
Fonte: Nasa