Lançada em 1977, a Voyager 2 é uma das cinco sondas da Nasa projetadas para estudar o Espaço Interestelar (junto com sua irmã Voyager 1, Pioneer 10, Pioneer 11 e New Horizons), e o segundo objeto feito pelo homem a deixar o sistema solar, em 2018. Recentemente a sonda enviou os primeiros dados coletados no meio interestelar, permitindo que os cientistas tenham uma melhor compreensão sobre esta região do Espaço.
A fronteira de nosso Sistema Solar é chamada de Heliopausa, a região onde as partículas emitidas pelo Sol perdem força e dão lugar ao meio interestelar que permeia nossa galáxia. A Voyager 1 cruzou a heliopausa em 2012, e com a travessia da Voyager 2 os cientistas podem comparar medições feitas em diferentes regiões do espaço.
De acordo com Stamatios Krimigis, pesquisador da Johns Hopkins University em Maryland, a travessia da Voyager 2 foi muito mais “suave” que a de sua irmã, devido à menor densidade da Heliopausa em seu caminho.
Ainda assim, esta não é uma região do espaço bem definida: a sonda encontrou material emitido pelo Sol a uma distância de 170 milhões de km da heliopausa, enquanto a Voyager 1 encontrou o oposto: material do meio interestelar dentro de nosso sistema solar.
Além disso a Voyager 2 foi capaz de fazer medições na densidade do plasma interestelar, algo que a Voyager 1 não pôde fazer pois o instrumento responsável deixou de funcionar no caminho.
Ambas as sondas devem continuar funcionando por mais 5 anos, quando suas fontes de energia irão se esgotar. A Voyager 1 deverá passar próxima à estrela Gliese 445, na constelação Camelopardalis, daqui a 40 mil anos. Já a Voyager 2 deve passar perto de Ross 248 daqui a 42 mil anos.
Fonte: New Scientist