Nasa define em qual área do asteroide Bennu vai coletar amostras

Região escolhida foi a perigosa cratera Nightingale, que apesar das rochas pode guardar elementos referentes aos primeiros dias do Sistema Solar
Redação13/12/2019 16h13, atualizada em 13/12/2019 16h37

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Está marcado para o ano que vem a coleta de uma pequena amostra de solo do asteroide Bennu, localizado a milhões de quilômetros da Terra. Nesta quinta-feira (12), mais uma informação sobre a missão foi revelada pela Nasa, que anunciou de qual parte do astro vai coletar amostras: uma cratera de 20 metros de largura chamada Nightingale.

Os engenheiros escolheram a cratera Nightingale argumentando que poderia ser o melhor lugar para encontrar material orgânico e água no asteroide, que pode ter origem datada nos primeiros dias do Sistema Solar. “Este realmente saiu por cima, por causa do valor científico”, disse Danta Lauretta, investigador principal da missão de amostragem de asteroides.

Entre outras características positivas, está sua localização ao Norte de Bennu que pode ter preservado melhor o material do que outras regiões e pelo fato de ser uma formação recente, sugerindo que o material pode estar dentro do asteroide há muitos anos e ter sido desenterrado há pouco tempo.

Porém, pousar na cratera apresenta riscos, uma vez que a área é cercada por uma grande parede de pedras que dificulta a coleta. Mesmo assim, a possibilidade de recolher elementos que datam os primeiros dias de nosso Sistema Solar faz o risco valer a pena e, em outras palavras, estudá-lo pode nos ajudar a desvendar alguns dos segredos sobre como nossa vizinhança cósmica surgiu.

Após dois anos de viagem pelo espaço até alcançar o Bennu e mais um ano orbitando o asteroide, a sonda encarregada de pegar e entregar essas partículas do astro para o nosso planeta é a OSRIRS-Rex. Durante esse tempo de espera, a sonda usou vários instrumentos para mapear sua superfície e obter um relatório detalhado sobre o terreno.

Nas observações, os engenheiros da Nasa se surpreenderam com a natureza difícil do asteroide, que possui um solo resistente e rochoso, poucas áreas lisas e centenas de rochas grandes. Por suas características, escolher um local para pouso foi uma decisão difícil e também pode influenciar na coleta dos materiais. Assim, caso o OSIRIS-REx atinja um alvo mais resistente, pode prejudicar o material coletado ou até mesmo entupir o instrumento com grandes pedaços de detritos.

Para tornar a situação ainda mais urgente, a Nasa tem apenas uma chance de coletar algum material de Bennu e, por isso, escolher o lugar certo era extremamente importante. Para isso, a agência espacial mapeou a superfície, vasculhou as imagens e usou algoritmos e software para encontrar partes planas no asteroide. Caso não dê certo, a equipe tem um “plano b”, Osprey, que apesar de ser menos emocionante cientificamente é um pouco mais seguro.

A Nasa espera pegar uma amostra de Nightingale em julho de 2020, com o objetivo de coletar pelo menos 60 gramas de material. Quando a amostra for coletada, ela deve voltar para casa em 2021 para aterrisar em 2023. Se a amostra conter água e material orgânico, como espera a equipe, reforçará as hipóteses de que asteroides como Bennu podem ter levado esse material para a Terra quando ele foi formado – e isso pode ser uma evidência de como a vida surgiu no nosso planeta.

Via: The Verge

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital