Marte pode ter tido um anel semelhante ao de Saturno, aponta estudo

Observações da menor lua do Planeta Vermelho indicam que sua órbita pode ter sido alterada pela presença de um anel
Luiz Nogueira03/06/2020 17h06

20200603022040

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Marte, por si só, já é fascinante. No entanto, de acordo com pesquisas recentes, o Planeta Vermelho pode ter sido ainda mais deslumbrante. Isso porque evidências encontradas em Deimos, a menor das duas luas marcianas, indica que o planeta já teve um anel ao seu redor.

A pequena lua está em órbita com uma ligeira inclinação em relação ao equador de Marte – isso pode ser resultado de eventos gravitacionais causados por um anel planetário. Apesar de curiosa, a descoberta não é tão incomum.

Quando pensamos em anéis nos planetas, nossa mente vai direto para Saturno. No entanto, uma parte dos corpos presentes no Sistema Solar também o possuem – Urano, Netuno e Júpiter, além do anão Haumea e os centauros Chiron e Chariklo.

Reprodução

No passado, Marte pode ter tido anel semelhante ao de Saturno. Foto: Elen11

Em 2017, pesquisadores teorizaram que Marte teve um anel ao seu redor. Para provar isso, eles conduziram simulações envolvendo Phobos, a maior lua do planeta. A descoberta apontou que, após o impacto de asteroides com o Planeta Vermelho, detritos gerados formaram o aro no local. O estudo recente adiciona Deimos ao evento – e ajuda a provar os resultados anteriores.

“O fato de a órbita da lua de Marte não estar exatamente no plano do equador foi considerado sem importância, e ninguém tentou explicar o fenômeno. O que fizemos foi olhar com novos olhos. A inclinação orbital de Deimos revelou seu grande segredo”, disse Matija Ćuk, um dos autores do estudo e membro do Instituto SETI.

Previsão futura

Os pesquisadores também observaram algo incomum ocorrendo com Phobos. De acordo com eles, a lua está se aproximando de Marte 1,8 centímetro por ano. Se isso se mantiver, em 100 milhões de anos a aproximação será tamanha que o Planeta Vermelho poderá destruí-la.

Muitos dos detritos gerados podem formar um anel em volta de Marte. No entanto, também pode originar uma nova Phobos, menor e mais nova, que pode ser empurrada para longe pelo planeta.

Em 2024, a Agência Espacial Japonesa (Jaxa) planeja enviar para Phobos uma sonda com o objetivo de coletar amostras da superfície e trazê-las para a Terra. O material extraído pode ajudar a estimar a verdadeira idade da lua e se esse processo de impacto com Marte aconteceu em algum outro momento.

Via: Science Alert

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital