“Da próxima vez que vermos algo que se parece com um fluxo de lava, não podemos ter a certeza de que é lava. Pode ser lama”. Essa afirmação é de Petr Broz, principal autor de um novo artigo que mostra que Marte provavelmente está coberto por estranhos vulcões de lama. “Você precisa saber da verdade do solo antes de enviar um veículo espacial ou um astronauta com um martelo para colher uma amostra e ter certeza”, destacou.

Na pesquisa, a equipe detalhou como utilizou a Câmara de Marte, um sistema de vácuo na Universidade Aberta do Reino Unido que simula as condições atmosféricas do planeta, para ver como a lama se comporta enquanto desce as encostas. “Você vai olhar para algumas características e não vai saber com certeza se são o resultado de fluxos de lava ou de lama”, contou Broz.

Segundo o coautor do estudo Manish Patel, o fluxo de lama é tão espesso que, apesar de o exterior congelar, o interior permanece fluindo. Essa afirmação vai contra a crença anterior de que “tudo congelaria em segundos e deixaria de se mover”. O processo é semelhante aos “pahoehoe”, os fluxos de lava encontrados no Havaí, caracterizados pela superfície lisa e ondulada.

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A equipe ainda experimentou outras condições, como quando as temperaturas do planeta disparam até 20ºC. Devido à baixa pressão, a lama começa a ferver vigorosamente, “pulando sobre a superfície, como se levitasse”, finalizou Broz.

Essas novas descobertas podem mudar a forma como as agências espaciais veem Marte e devem ser muito importantes para ter informações mais precisas do planeta nas próximas explorações.

Via: Futurism