Conheça cinco mitos sobre a Lua

Professor de astronomia da Universidade de Nottingham Trent listou vários mal-entendidos que envolvem o satélite natural da Terra
Luiz Nogueira10/02/2020 14h58, atualizada em 10/02/2020 16h11

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A primeira superlua deste ano apareceu ontem (9). O fenômeno é geralmente definido quando se detecta a maior Lua cheia possível. Essa é uma definição um pouco equivocada, e apenas significa que o satélite natural ficou cerca de 10% mais próximo da Terra.

De acordo com especialistas, o fenômeno é mais comum do que se imagina, e representa pouca diferença – em termos astronômicos – de tamanho em relação a uma aparição de Lua cheia comum.

A ideia de uma superlua é apenas um dos vários mal-entendidos que envolvem o satélite natural da Terra. Por esse motivo, Daniel Brown, professor de astronomia da Universidade de Nottingham Trent , listou cinco mitos sobre a Lua.

Superlua

Do ponto de vista de um observador, uma superlua é cerca de 14% maior do que em aparições normais. Sendo assim, se você estivesse vendo uma Lua normal e uma superlua lado a lado, seria capaz de identificar a diferença.

Mas nossos olhos não podem medir os tamanhos aparentes de objetos no céu com alta precisão sem compará-los com algo. E aqui reside o equívoco.

A Lua não cresce subitamente de tamanho, mas gradualmente durante o mês. Para comparar completamente quando uma Lua cheia é “super”, é necessário colocá-la lado a lado com observações de vários meses – mesmo assim, a diferença é bem pequena.

Lado escuro da Lua

Um equívoco clássico é que a Lua possui um lado escuro que nunca vê o Sol. Isso ocorre porque a tendência é acreditarmos que a Lua não gira em torno de seu próprio eixo – afinal, sempre vemos o mesmo lado voltado para nós.

Mas isso está incorreto. Vemos o mesmo lado porque a Lua gira em torno de si uma vez enquanto se move em torno da Terra. Em resumo, o satélite natural realiza um movimento chamado de translação, em que há uma sincronia entre o tempo que leva para dar a volta em si mesma e o tempo necessário para dar uma volta completa do redor da Terra. Esse movimento deixa apenas um dos lados visíveis para nós.

A sombra da Terra causa as fases da Lua

Durante um mês, a Lua mostra diferentes fases. Às vezes, isso é explicado incorretamente pela sombra da Terra que cobre partes da Lua. Mas é mais uma questão de como a vemos. Dada a localização da Terra, vemos diferentes lados da Lua que são mais ou menos iluminados.

Essa ideia surgiu para tentar explicar como ocorrem as fases da Lua, entretanto, a afirmação pode ser refutada por ela mesma. Durante a fase crescente, se a Terra projetasse sua sombra sobre a Lua, nosso planeta – que é redondo – deveria ter a forma estranha de uma banana.

No entanto, há uma exceção: durante um eclipse lunar – ocorrendo apenas na Lua cheia – a Lua realmente é coberta pela sombra da Terra.

A Lua se move de maneira diferente no céu do hemisfério Sul

A fase crescente da Lua revela se ela está ‘crescendo’ ou ‘desaparecendo’. Se você estiver no hemisfério norte, lembre-se das formas do satélite formando as letras “DOC”. Quando a Lua se parece com um “D”, com a curva à direita, é uma Lua crescente. Quando parece um “O”, ela é cheia. E quando parece um “C”, com a curva à esquerda, ela é minguante.

No entanto, essa sequência deve ser invertida para “COD” no hemisfério sul. Explicar essa diferença pode ser um pouco complicado, especialmente porque a Lua aparentemente se move da direita para a esquerda no hemisfério sul, enquanto claramente se move da esquerda para a direita no hemisfério norte.

A explicação é simples, e prova que a Terra é uma esfera. À medida que você se move do hemisfério norte para o sul (ou vice-versa), seu ponto de vista da Lua vira de cabeça para baixo.

Como vemos a Lua de cabeça para baixo quando nos movemos para o hemisfério oposto, as fases também serão invertidas, mas elas ainda se elevam na parte oriental do céu e se põem na parte ocidental.

O crescente da Lua nem sempre está na mesma linha do Sol

Diz-se que a fase crescente da Lua aponta sempre para a localização do Sol. Mas nem sempre vemos isso por causa da ilusão de inclinação da Lua. Assumimos que uma linha que liga dois pontos – no caso, a Lua e o Sol – deva ser reta.

Mas como olhamos para esses pontos a partir de um local físico em um planeta esférico, a linha é realmente curva. Mudar a posição para ver melhor uma projeção de dois pontos dá uma visão mais realista.

É possível fazer isso simplesmente inclinando-se para trás enquanto olha diretamente para a Lua até que o Sol esteja exatamente à sua direita ou esquerda.

Via: The Conversation

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital