Dois grandes pedaços de lixo espacial podem colidir nesta quinta-feira

Chances de atrito são de mais de 10%; velocidade e peso dos objetos aumentam risco do evento que deve ocorrer 991 quilômetros acima do Oceano Atlântico Sul, próximo à costa da Antártica
Leticia Riente15/10/2020 10h54, atualizada em 15/10/2020 11h53

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Dois grandes pedaços de lixo espacial podem colidir nesta quinta-feira (15) no espaço. De acordo com o LeoLabs, as chances de atrito superam 10%. O encontro ocorrerá 991 quilômetros acima do Oceano Atlântico Sul, próximo à costa da Antártica. O fato é mais um sinal de poluição do universo pelas mãos do homem.

Segundo Jonathan McDowell, astrônomo e rastreador de satélites do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, um dos objetos envolvidos no evento pode ser o Parus (ou Kosmos 2004), extinto satélite de navegação soviético. Também há possibilidade de que o outro destroço seja de um foguete chinês.

Considerando a massa dos dois objetos, que é de 2,8 quilos, e a velocidade em que estão viajando, de 52.950 km/h, a taxa de 10% de chance de colisão torna-se perigosa. “Este evento continua a ser de alto risco e provavelmente permanecerá assim até o momento de maior aproximação”, tuitou o LeoLabs.

Depois do evento, está agendada uma “varredura em modo de busca” por parte do LeoLabs, que terá por objetivo revelar se o embate realmente aconteceu. McDowell afirma que se a colisão for executada, provavelmente resultará em um “aumento significativo (10 a 20%) no ambiente de entulho da LEO”, se referindo à órbita terrestre baixa.

Lixo espacial

Eventos como o que pode ocorrer nesta quinta-feira estão se tornando cada vez mais comuns. Em 2009, o satélite de comunicações operacional chamado Iridium 33 colidiu com o extinto satélite militar russo Kosmos 2251. O evento gerou 1,8 mil fragmentos rastreáveis no espaço.

Reprodução

Lançamento de satélites tornaram-se mais acessíveis, o que deve continuar enchendo a órbita terrestre de objetos e, consequentemente, de lixo espacial. Créditos: Paul Fleet/Shutterstock

Além disso, em 2007 e 2019, a humanidade gerou duas grandes nuvens de destroços por conta de testes espaciais realizados pela China e índia, respectivamente. Ainda neste sentido, cabe frisar que apenas neste ano, a Estação Espacial Internacional foi obrigada a realizar três manobras para evitar potenciais colisões com lixo espacial.

E já que os custos para desenvolvimento e lançamento de satélites estão em baixa, a previsão é que a órbita da Terra fique cada vez mais lotada de destroços e outros objetos.

Fonte: Space

Colaboração para o Olhar Digital

Leticia Riente é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital