De tempos em tempos surge a notícia de que astrônomos registraram um sinal de rádio misterioso que durou apenas milissegundos. O grande problema em relação a isso é que, por ter uma duração tão pequena é extremamente difícil descobrir sua origem. Há menos de um ano, porém, os pesquisadores conseguiram rastrear um desses sinais até sua galáxia fonte e, desde então, outros já foram detectados.

Apesar de ainda não conseguirem dizer exatamente o que deu origem ao sinais de rádio, os astrônomos possuem uma pequena lista de candidatos: estrelas de nêutrons, buracos negros, pulsares com estrelas companheiras, pulsares implodindo, um tipo de estrela chamada blitzar, explosões de raios gama, magnetares que emitem chamas gigantes e, até mesmo, alienígenas.

Dificuldade em rastrear

A dificuldade de rastreio também se dá pelo fato de que apenas um número pequeno desses sinais se repetiram. Apesar disso, duas explosões rápidas foram localizadas dessa maneira. Ambas tiveram origem em regiões com intensa formação estelar, mas em galáxias muito diferentes.

Usando um detector especial no Australian Square Kilometre Array Pathfinder (Askap), a astrofísica Shivani Bhandari e sua equipe registraram quatro rajadas rápidas de rádio com muito mais precisão.

Sinais registadros em observatório na Austrália. Foto: Shivani Bhandari

Todos os quatro tinham origem em galáxias a bilhões de anos-luz de distância, o que impossibilita encontrar a real fonte dos sinais. Porém, os ambientes podem ser importantes, identificando se estão em regiões perto de buracos negros ou em galáxias mortas, e reduzindo os possíveis objetos responsáveis.

Eliminando candidatos

“Essas explosões rápidas de rádio localizadas com precisão vieram da periferia de suas galáxias, eliminando a possibilidade de que elas tenham algo a ver com buracos negros supermassivos”, afirmou Bhandari. Todas as quatro galáxias se assemelham a Via Láctea, sendo relativamente grandes e formando estrelas a uma taxa bastante modesta se comparadas àquelas fontes de repetições de explosões.

Essas características ajudam a eliminar alguns candidatos. “Modelos como fusões de objetos compactos como anãs brancas ou estrelas de nêutrons, ou explosões de magnetares criados por essas fusões, ainda parecem bons candidatos”, afirmou a astrofísica Elaine Sadler, da CSIRO.

Os astrônomos ainda não sabem qual é a real fonte de origem desses sinais de rádio, mas o fato de conseguirem eliminarem alguns candidatos já é um grande passo para novas descobertas.

Via: Science Alert