Entre abril e julho deste ano, o YouTube removeu 11,4 milhões de vídeos da plataforma. O número, duas vezes maior se comparado ao primeiro trimestre de 2020. O resultado é fruto do trabalho dos algoritmos de automação da plataforma. Normalmente, uma rede de pessoas e serviços automáticos são combinados na busca por vídeos que violem as diretrizes do YouTube. Durante a pandemia do novo coronavírus, porém, o site se viu obrigado a reduzir seus colaboradores humanos e aumentar o uso da inteligência artificial. Os sistemas automatizados foram responsáveis por 10,85 milhões de remoções, mais de 95% do total.
Dos vídeos removidos, 3,8 milhões foram retirados por motivos de segurança infantil, 3,2 milhões por spam ou golpes, 1,7 milhão por nudez ou conteúdo sexual, 1,2 milhão por violência e 900 mil por promoção da violência.
Automatização do serviço de fiscalização dobrou número de vídeos removidos do YouTube. Foto: Castleski/Shutterstock
Além disso, o site destacou que “a decisão de aplicar excessivamente as políticas levou a um aumento de mais de três vezes nas remoções de conteúdo que nossos sistemas suspeitavam estar vinculado ao extremismo violento ou potencialmente prejudicial às crianças“. Esse conteúdo inclui desafios ou aqueles postados inocentemente, mas que podem colocar os menores em perigo, segundo o YouTube.
Normalmente, o site depende da automação para sinalizar os vídeos e das pessoas para que fosse feita a avaliação desse conteúdo. Como durante o período de isolamento social está contando apenas com o serviço automatizado, o YouTube mobilizou mais funcionários para o processo de apelação dos usuários que tenham vídeos removidos, para agilizar o processo. Apesar disso, menos de 3% resultou em recurso.
Falha no direcionamento de conteúdo
A Pex, ferramenta que busca músicas e vídeos de forma analítica, publicou um estudo que mostra que 88% dos usuários do YouTube não alcançam sequer mil visualizações por vídeo em seus canais.
O YouTube é um dos sites que mais recebe visitas em todo o mundo; são cerca de 5 bilhões de acessos diários à plataforma espalhados pelo mundo. Com tanta aderência e uma gama incrível de opções, se torna um tanto chocante o fato de que toda essa audiência seja concentrada somente em grandes produtores de conteúdo.
Grande parte desse problema está na forma como o YouTube seleciona os vídeos de recomendação. Geralmente, esses conteúdos são sugeridos a partir das curtidas recebidas, fazendo assim com que eles apareçam nos vídeos “Em alta” e na aba de conteúdo relacionado àquilo que o usuário consome diariamente.
Via: CNet
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