China quer união global para definir regras de segurança de dados

Iniciativa é uma resposta diplomática para as acusações dos EUA de que os chineses usam seus aplicativos para coletar informações pessoais dos norte-americanos
Renato Mota07/09/2020 21h34

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Como resposta aos esforços dos Estados Unidos para isolar as empresas de tecnologia chinesas, a China está lançando uma iniciativa para definir padrões globais de segurança de dados na rede. A proposta apela a todos os países que lidem com a segurança de dados de uma “maneira abrangente, objetiva e baseada em evidências”, afirma o Wall Street Journal, que teve acesso ao documento.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, deve anunciar a iniciativa ainda esta semana, de acordo com o WSJ. A proposta chinesa ainda afirma que “o que é urgente agora é formular regras e normas globais que reflitam as aspirações e interesses da maioria dos países”.

Há meses o governo Donald Trump acusa empresas chinesas de colocar em risco as informações pessoais dos norte-americanos, potencialmente permitindo à China “rastrear os endereços de funcionários federais, criar dossiês para chantagem e conduzir espionagem corporativa”.

Foto oficial da Casa Branca/Shealah Craighead

Presidentes Donald Trump e Xi Jinping, em encontro durante a Cúpula do Japão do G20. Imagem: Foto oficial da Casa Branca/Shealah Craighead

“A disseminação de aplicativos controlados pelo governo chinês ameaça à segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos”, escreveu a Casa Branca em uma ordem executiva que proíbe pessoas e empresas dos EUA de fazer negócios com algumas empresas de tecnologia da China como a Huawei, ByteDance (dona do TikTok) e a Tencent (controladoras do WeChat).

A “Iniciativa Global sobre Segurança de Dados” também exorta os governos a respeitar a soberania de outros países na forma como lidam com os dados. A China acredita que os países devem exercer controle total sobre a sua “soberania cibernética” e se oporem à “vigilância em massa contra outros estados”. O documento ainda pede que as empresas de tecnologia não instalem “backdoors em seus produtos e serviços para obter ilegalmente os dados dos usuários, controlar ou manipular os sistemas e dispositivos dos usuários”.

Via: Wall Street Journal

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital