Trump diz que não irá prorrogar prazo para venda do TikTok

ByteDance tem até 20 de setembro para se desfazer da operação do app nos EUA, ou ele será banido no país
Rafael Rigues11/09/2020 12h31

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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que não irá prorrogar o prazo estabelecido por seu governo para que a empresa chinesa ByteDance venda a operação do TikTok nos EUA antes que o app seja banido no país.

“Vamos ver o que vai acontecer. Ou ele será fechado, ou irão vender”, disse Trump antes de embarcar no avião presidencial, o Air Force One, na base aérea de Andrews, em Maryland.

No início de agosto o presidente assinou uma Ordem Executiva que impedirá a operação do app nos EUA a partir de 20 de setembro, a não ser que tenha sido adquirido por uma empresa norte-americana até lá. O texto cita “evidência factível” de que a ByteDance poderia “tomar ação que ameaça a segurança nacional dos Estados Unidos”.

O cerne da questão é uma lei de cibersegurança chinesa, que exige que as empresas estabelecidas no país atendam a pedidos do governo local por dados dos usuários. Os EUA temem que esta lei seja usada para obter dados de usuários norte-americanos, transformando o app em um veículo de espionagem para o governo chinês.

A ByteDance, por sua vez, já afirmou que irá resistir a tentativas do governo chinês de obter acesso aos dados. A empresa recorreu à justiça nos EUA contra a decisão e afirma que toma “medidas extraordinárias” para proteger a privacidade e segurança dos dados dos usuários do TikTok, armazenando-os em servidores nos EUA e em Singapura e criando barreiras entre eles e os dados de outros produtos da empresa como o Douyin, a versão chinesa do app.

A controvérsia aumentou quando, em meados de agosto, foi descoberto que o app usa práticas vetadas para coletar informações dos aparelhos de usuários no Android, como o endereço MAC dos dispositivos, um identificador único associado às interfaces de rede (como a interface Wi-Fi) de cada aparelho.

Segundo a ByteDance o TikTok tem, nos EUA, mais de 100 milhões de usuários e emprega 1.500 pessoas. Entre as empresas norte-americanas cotadas para adquirir a operação do app nos EUA estão a Microsoft, Twitter, Google e Oracle. Até mesmo o Walmart demonstrou interesse, em uma potencial parceria com a Microsoft.

Fonte: TechCrunch

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital