O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que não irá prorrogar o prazo estabelecido por seu governo para que a empresa chinesa ByteDance venda a operação do TikTok nos EUA antes que o app seja banido no país.

“Vamos ver o que vai acontecer. Ou ele será fechado, ou irão vender”, disse Trump antes de embarcar no avião presidencial, o Air Force One, na base aérea de Andrews, em Maryland.

No início de agosto o presidente assinou uma Ordem Executiva que impedirá a operação do app nos EUA a partir de 20 de setembro, a não ser que tenha sido adquirido por uma empresa norte-americana até lá. O texto cita “evidência factível” de que a ByteDance poderia “tomar ação que ameaça a segurança nacional dos Estados Unidos”.

O cerne da questão é uma lei de cibersegurança chinesa, que exige que as empresas estabelecidas no país atendam a pedidos do governo local por dados dos usuários. Os EUA temem que esta lei seja usada para obter dados de usuários norte-americanos, transformando o app em um veículo de espionagem para o governo chinês.

A ByteDance, por sua vez, já afirmou que irá resistir a tentativas do governo chinês de obter acesso aos dados. A empresa recorreu à justiça nos EUA contra a decisão e afirma que toma “medidas extraordinárias” para proteger a privacidade e segurança dos dados dos usuários do TikTok, armazenando-os em servidores nos EUA e em Singapura e criando barreiras entre eles e os dados de outros produtos da empresa como o Douyin, a versão chinesa do app.

A controvérsia aumentou quando, em meados de agosto, foi descoberto que o app usa práticas vetadas para coletar informações dos aparelhos de usuários no Android, como o endereço MAC dos dispositivos, um identificador único associado às interfaces de rede (como a interface Wi-Fi) de cada aparelho.

Segundo a ByteDance o TikTok tem, nos EUA, mais de 100 milhões de usuários e emprega 1.500 pessoas. Entre as empresas norte-americanas cotadas para adquirir a operação do app nos EUA estão a Microsoft, Twitter, Google e Oracle. Até mesmo o Walmart demonstrou interesse, em uma potencial parceria com a Microsoft.

Fonte: TechCrunch