Possível aquisição do TikTok é ‘cálice envenenado’, aponta Bill Gates

Cofundador da Microsoft destacou que administrar um produto como o TikTok no mercado das redes sociais não é simples
Redação10/08/2020 16h57

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O cofundador e hoje conselheiro de tecnologia da Microsoft, Bill Gates, afirmou que a possível aquisição do TikTok representa um “cálice envenenado” para a companhia. Em entrevista à revista Wired, o executivo destacou que as nuances do acordo de compra das operações da plataforma chinesa ainda são incertas e acrescentou que administrar um produto expressivo no mercado de redes sociais é desafiador.

“Quem sabe o que pode acontecer com esse acordo. Mas sim, ele é um cálice envenenado. Ser grande no negócio de redes sociais não é um jogo simples”, afirmou Gates. Apesar disso, essa não seria a primeira investida da Microsoft no setor, uma vez que a companhia comprou o LinkedIn por US$ 26 bilhões em 2016.

Bill Gates pontuou que o aprimoramento da competição no setor das redes sociais é positivo. Para ele,  a proposta do governo Donald Trump de eliminar um concorrente de plataformas norte-americanas “é um tanto bizarra”. O empresário ainda ressaltou que o princípio da discussão do acordo “é estranho”, assim como a ideia do presidente norte-americano de angariar parte do valor da vendas das operações do TikTok para o tesouro do país.

“De qualquer forma, a Microsoft terá que lidar com tudo isso.”, ponderou Gates.

Em entrevista à Bloomberg, na semana passada, o empresário já havia destacado sua visão positiva sobre a concorrência criada pelo TikTok. Na mesma oportunidade, ele garantiu que a Microsoft não vai fazer coisas hostis ou vistas como hostis com os dados da plataforma da ByteDance.

Além da operação nos Estados Unidos, a Microsoft também confirmou o interesse de adquirir controle do aplicativo no Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Uma reportagem do Financial Times apontou que a empresa de Bill Gates também avalia comprar as operações globais do TikTok.

Outra empresa possivelmente interessada no aplicativo é o Twitter, que mantém conversas preliminares com a ByteDance, segundo o Wall Street Journal. Já o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, disse durante evento corporativo da empresa, na quinta-feira (6), que o banimento do TikTok nos Estados Unidos pode abrir um precedente para medidas semelhantes com outras plataformas em diferentes países.

Ordem Executiva

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (6), uma ordem executiva que proíbe em 45 dias empresas ou cidadãos do país de realizarem negócios com a controladora do TikTok, a ByteDance. O argumento central da Casa Branca é de que o governo chinês pode ter acesso aos dados de usuários da plataforma, uma vez que a ByteDance é sediada no país asiático.

“A disseminação de aplicativos controlados pelo governo chinês ameaça a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos”, diz o documento assinado por Trump.

A companhia chinesa, por sua vez, declara repetidamente que a operação da plataforma não sofre influências governamentais. Em resposta ao decreto norte-americano, o TikTok afirmou em comunicado que a medida estabelece um precedente perigoso para os conceitos de liberdade de expressão e mercado.

O aplicativo ainda pretende questionar na Justiça a constitucionalidade de sua retirada forçada dos Estados Unidos, segundo relatório da NPR.

Fonte: The Verge

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital