Depois de seis debates para as eleições presidenciais de 2020, os candidatos democratas discutem se, caso eleitos, irão desmembrar grandes empresas de tecnologia como Google e Facebook. A discussão começou no início do ano, quando Elizabeth Warren anunciou seu grande plano de desmembrar gigantes da tecnologia como Facebook, Google e Amazon. O argumento gira em torno da competitividade e inovação de mercado, que estaria sendo afetado devido ao poder e tamanho dessas empresas.
Fora da regulamentação de privacidade e moderação de conteúdo na discussão antitruste, nenhum outro candidato que respondeu à questão de desmembrar a “Big Tech” endossou o plano de Warren. O empreendedor Andrew Yang disse que o diagnóstico da candidata sobre o problema está “100% correto”, mas que “maior concorrência não resolve todos os problemas”. Yang reforçou que utilizar uma estrutura antitruste feita no século 20 não funcionará: “existe uma razão para ninguém estar usando o Bing hoje”, concluiu.
Warren, por outro lado, defendeu seu plano e argumentou que “monopolistas não deveriam dominar nossa economia e nossa democracia”. O candidato democrata Cory Booker, também concordou que a consolidação corporativa é a maior ameaça à economia americana, mas não identificou nenhuma empresa específica. Se eleito presidente, Booker apenas afirmou que nomeará oficiais para que as leis antitruste nos EUA sejam rigorosamente aplicadas.
Bernie Sanders não teve a chance de responder à questão, mas anunciou um novo plano de políticas abrangentes para reformular as empresas americanas – incluindo uma reversão do padrão de bem-estar do consumidor. Este posicionamento, que se tornou comum na lei antitruste, geralmente é usado como uma justificativa para oficiais aprovarem fusões para o preço cair. No entanto, quando tratamos de empresas de tecnologia a maioria dos serviços são oferecidos de graça.
Moderadores dos debates também perguntaram à senadora da Califórnia, Kamala Harris, se “quebrar” empresas de tecnologia torna mais difícil para eles combaterem a desinformação e construírem coalizões mais amplas para lutar contra a interferência eleitoral. Em resposta, ela relembrou a relutância do Twitter em banir a conta de Donald Trump que atua na rede com “tuítes e retórica perigosos”.
Beto O’Rourke sugeriu que é uma má ideia apontar para empresas especificas, mas afirmou que sua administração não teria medo de quebrar grandes negócios. Ele também apresentou seu plano de emendar a Seção 230 da Lei de Decência das Comunicações, que incentivaria as plataformas de mídia social removerem conteúdos terroristas.
Em suma, a maioria dos candidatos mantiveram as mesmas posições do início do ano a respeito de desmembrar as grandes empresas tecnológicas.
Via: The Verge