Elizabeth Warren, candidata à presidência dos Estados Unidos, publicou um anúncio com informações falsas no Facebook para testar sua teoria. A candidata acredita que a rede social não faz uma boa checagem do conteúdo presente em propragandas e, por isso, contribui para a divulgação de desinformação.

O anúncio falso de Warren dizia: “Breaking News: Mark Zuckerberg e Facebook apoiam Donald Trump para a reeleição. Você provavelmente está chocado e pode estar pensando: ‘como isso pode ser verdade?’. Bom, não é”.

Reprodução

Segundo analíticas do Facebook, o post obteve entre 50 e 100 mil impressões. A candidata acusou a rede social de receber montes de dinheiros “para empurrar mentiras aos eleitores norte-americanos”. Durante o fim de semana, Warren explicou que seu anúncio era “para ver até onde” a política vai.
A discussão, no entanto, não parou por aí.

O Facebook repondeu no Twitter se comparando com emissoras de televisão, ao dizer que a FCC- Comissão Federal de Comunicações – tem a responsabilidade de regular essas empresas.

A “FCC não quer que as empresas de transmissão censurem o discurso dos candidatos”, disse o Facebook em um tuíte. “Concordamos que é melhor deixar os eleitores – e não as empresas – decidirem”.

Por exemplo, o governo limita quantas estações uma empresa de mídia pode possuir em um mercado específico para limitar o comportamento anticompetitivo. Outros regulamentos da FCC exigem que as emissoras transmitam uma certa quantidade de programação infantil ou transmitam conteúdo sensível somente após determinadas horas.

“Obviamente, o Facebook não quer ser regulamentado como um radiodifusor, então, de certa forma, é estranho que eles estejam citando isso”, disse Jack Goodman, ex-consultor geral da Associação Nacional de Radiodifusores. “Porque eles não são regulamentados e certamente não querem ser regulamentados”.

As medidas surgem logo depois de gravações vazadas mostrarem Zuckerberg falando que seria ruim para rede social se Warren ganhasse a eleição. Isso, deixa claro para a candidata que o Facebook pode usar sua influência para mexer com as eleições.

Warren e Facebook já entraram em conflito anteriormente. Ela criou o projeto “Break Up Big Tech”, que prevê instaurar regulações sobre as empresas de tecnologia do país, para que impeçam que elas sejam tão grandes como são atualmente. 

“Intencionalmente fizemos um anúncio no Facebook com alegações falsas e o submetemos à plataforma de anúncios do Facebook para ver se ele seria aprovado”, ela twittou. “Foi aprovado rapidamente.”

Via: CNN