Mastercard e Visa preparam mudanças para retorno do WhatsApp Pay

Empresas são unânimes em dizer que vão se adequar às novas solicitações do Banco Central para que a volta do sistema de pagamento seja possível
Luiz Nogueira25/06/2020 14h18

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Na semana passada, o WhatsApp anunciou o lançamento de um novo sistema de pagamentos para seus usuários. Com ele, é possível enviar e receber dinheiro sem sair do aplicativo. O que surpreendeu muito os usuários é que a funcionalidade foi disponibilizada primeiro no Brasil.

No entanto, sua utilização não durou muito. Isso porque, na última terça-feira (23), o Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) paralisaram as operações do sistema no país sob alegação de que ele ainda deveria ser analisado para avaliar o “risco ao normal funcionamento das transações no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)”.

Ainda não se sabe exatamente quanto tempo essa suspensão pode durar. Porém, se depender dos parceiros, a situação pode ser alterada em breve. As empresas Mastercard e Visa, parceiras do WhatsApp no sistema, planejam entrar com um pedido direto ao Banco Central para retomar a utilização do sistema do Brasil.

Em comunicado enviado para o Olhar Digital, a Visa declara que “opera de acordo com a legislação aplicável e, após a mudança na regulamentação do Banco Central, vamos assegurar o cumprimento das novas disposições regulatórias”.

Em nota, a Mastercard informa que vai atender às solicitações do Banco Central para adequar o sistema e continuará focada “no desenvolvimento de um ambiente de pagamentos mais inovador, inclusivo, seguro e competitivo para consumidores e empresas brasileiras”.

Caso as novas regras cumpram todos os requisitos estabelecidos, a solução de pagamentos pode voltar a funcionar. No entanto, tudo vai depender da interpretação do Banco Central das mudanças realizadas por cada uma das empresas.

Suspensão do WhatsApp Pay

A paralisação da operação do WhatsApp Pay ocorreu em um momento em que o Brasil está prestes a utilizar o sistema de pagamentos instantâneos projetado pelo Banco Central, conhecido como PIX.

Com previsão para iniciar as operações em novembro, muito se especulou sobre a ligação da suspensão e o desenvolvimento da ferramenta. Em conversa com o Olhar Digital, Isadora Diniz, advogada especialista da área contratual do escritório Finocchio & Ustra, reconhece que isso pode ter ocorrido.

Segundo ela, o Banco Central pode ter “sido pego de surpresa com a entrada do WhatsApp Pay”, já que o BC parece estar “empenhado em fazer o PIX acontecer de uma maneira responsável”.

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital