O iFood anunciou, na última sexta-feira (15), um novo aumento nas tarifas de entrega do aplicativo de delivery.

Segundo mensagem enviada pela empresa a alguns restaurantes parceiros, as taxas para entregas no raio de 2 quilômetros dos estabelecimentos serão as mais afetadas pela revisão de preços. O valor nessa categoria quase dobrou, com um salto de R$ 3,99 para R$ 7,99. Já para distâncias acima de 7 quilômetros, as tarifas subiram de R$ 11,99 para R$ 13,99 – uma variação de 17%.

O comunicado diz que o objetivo do reajuste é “melhorar a qualidade de serviço das entregas e aumentar a capacidade de vendas dos restaurantes na sua região”.

O iFood afirmou que as taxas de entrega são “variáveis”. Ao passo que as tarifas encareceram para alguns restaurantes parceiros, elas foram reduzidas para outros. “Os valores acompanharão o dinamismo do mercado, levando em consideração fatores, como, por exemplo, cidade e raio de entrega”, disse a plataforma.

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Tabela de taxas de entrega divulgada pelo iFood. Imagem: UOL

Questionada, a empresa não deixou claro se o reajuste será repassado aos entregadores do aplicativo. O iFood afirmou que os valores das rotas são calculados a partir de diversos fatores, incluindo a distância percorrida, a cidade de operação e o dia da semana.

A companhia ressaltou que, em abril, 61% dos entregadores da plataforma receberam R$ 19 por hora trabalhada, o que, segundo a organização, corresponde a um valor “quatro vezes maior do que o pago por hora com base no salário mínimo”.

“Os ganhos médios mensais dos entregadores que têm a atividade de entregas como fonte principal de renda aumentaram 36% em abril quando comparado a fevereiro”, disse o iFood à reportagem do UOL.

Vale lembrar que a demanda por refeições no aplicativo subiu durante o isolamento social, praticado para conter a escalada da pandemia do novo coronavírus. Além disso, em março, o número de candidatos a entregador da plataforma dobrou, se comparado ao mês anterior.

Impacto

Proprietários de restaurantes cadastrados na plataforma do iFood temem que o reajuste da taxa de entrega possa impactar negativamente as vendas de refeições. A dona de um estabelecimento no bairro Asa Norte, em Brasília, afirmou que as tarifas equivalem, muitas vezes, a 50% do valor das refeições comercializadas no aplicativo.

Já Marcella Vallone, proprietária do restaurante Metta, no Itaim Bibi, bairro nobre de São Paulo, afirma que o reajuste deve afetar principalmente as vendas para os clientes no raio de 3 quilômetros. Segundo ela, antes da pandemia, muitos consumidores costumavam ir até o restaurante para almoçar. Diante da crise, parte deles recorreram a pedidos via iFood.

“Agora, a taxa de entrega, que era de R$ 3,99, vai passar a quase R$ 7. É praticamente o dobro, e isso é um valor alto”, disse Vallone. De acordo com ela, o restaurante teve um aumento de 40% nas vendas pelo aplicativo.

Fonte: UOL