Elon Musk: a década da Tesla

Neste segundo episódio, o Olhar Digital apresenta a década da notável e polêmica montadora de carros elétricos: a Tesla
Luiz Nogueira24/12/2019 15h08, atualizada em 25/12/2019 20h00

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Junho de 2010 ficou marcado como o ano em que a Tesla disponibilizou ações ao público pela primeira vez. Com isso, a empresa faturou US$ 226,1 milhões apenas durante o primeiro ano de venda de suas ações.

À época, a companhia estava à beira da falência pelos desdobramentos da crise de 2008. Eles possuíam apenas um veículo à venda, o Roadster, e sem margens de lucro. Por esse motivo Elon Musk, CEO da companhia, decidiu abrir o seu capital, e, ao que tudo indica, isso pode ter sido o maior responsável por salvar a empresa.

Fábrica de Fremont

Uma das primeiras fábricas da empresa, localizada em Fremont, Califórnia, foi essencial para a recuperação da Tesla. Ela foi responsável por produzir e iniciar o período de entregas do Model S (em novembro de 2012), Model X (setembro de 2015) e Model 3 (julho de 2017).

Em relação aos carros, a Tesla tem fama de atrasar a sua produção. Um claro exemplo disso ocorreu com o Model S, que deveria ter iniciado a fabricação em 2010, mas que só começou realmente dois anos depois. O Model X também sofreu com o problema, o modelo SUV, que deveria ter iniciado a sua produção em 2014, foi começar, de fato, apenas em setembro de 2015.

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O Model 3 parecia fadado a enfrentar as mesmas questões de atraso que seus antecessores. Por esse motivo, Musk decidiu transformar a fábrica de Fremont em uma verdadeira linha de produção, usando máquinas para fabricar os carros em todas as etapas.

Tesla Model 3

Obviamente, essa ideia não saiu como planejado. Em 2018, Musk admitiu que a Tesla confiou demais em robôs para construir o Model 3, e é por isso que também houve atrasos em sua fabricação.

Questões trabalhistas

A fábrica de Fremont também foi o local onde os trabalhadores reclamaram das condições de trabalho. Segundo informações do jornal The Guardian, ambulâncias foram chamadas mais de 100 vezes para a fábrica em um período de três anos (de 2014 a 2017).

As principais ocorrências giravam em torno de desmaios, tonturas, convulsões, respiração anormal e dores no peito. Um levantamento realizado em 2017 mostrou que os trabalhadores da Tesla foram feridos mais que o dobro de vezes em relação à média de uma fábrica normal.

Essa agitação de trabalhadores significava que o sindicato poderia ser acionado; afinal, essas agremiações são comuns em fábricas de automóveis.

Em 2018, por conta de todas as reclamações, o Conselho Nacional de Relações Trabalhistas começou a investigar as denúncias feitas pelos funcionários da empresa. Em setembro de 2019, Tesla e Musk foram acusados de violar leis trabalhistas.

Gigafactory 1

Mesmo sendo Fremont o principal ‘motor’ de fabricação da Tesla, as ambições de Musk o levaram a abrir novas fábricas. A primeira delas, localizada em Nevada, foi a Gigafactory, inaugurada em junho de 2016.

A aquisição da SolarCity, empresa especializada em energia solar, em agosto de 2016, daria à Tesla o que mais tarde ficaria conhecida como Gigafactory 2. Em janeiro de 2019, a empresa abriu caminho para a Gigafactory em Xangai; em outubro, ela afirmou que já estava pronta para produção. Agora, uma quarta fábrica Gigafactory está nos planos de Musk, dessa vez, em Berlim.

SolarCity

A aquisição da SolarCity foi mais que apenas um negócio, era uma nova linha de produção e possivelmente um conflito de interesses. Os fundadores da empresa, Lyndon e Peter Rive, são primos de Musk. À época da compra, o bilionário era presidente das duas empresas (Tesla e SolarCity).

A negociação também pode ter ocorrido, pois a Tesla estava no meio da produção do Model 3, fazendo com que seus esforços estivessem concentrados no novo modelo. A compra da SolarCity representou uma forma de conseguir entregar o Solar Roof, prometido por Musk, mas que não havia planos para ser entregue.

A tecnologia substitui um telhado comum por painéis solares, que são responsáveis pela captação e armazenamento de energia solar para uso doméstico. Mesmo com a aquisição, a invenção só foi entregue três anos depois.

O armazenamento de energia e os painéis solares podem ser um negócio que a Tesla pode começar a trabalhar na próxima década, mas é difícil dizer com precisão. Caso isso esteja nos planos de Musk, a energia solar pode representar uma grande oportunidade de negócio para a empresa.

Cybertruck

O mais novo empreendimento da Tesla é chamado de Cybertruck. O veículo é a primeira picape totalmente elétrica da companhia, e foi anunciado com entusiasmo por Elon Musk em uma livestream em novembro deste ano.

Cybertruck

O modelo, com traços futuristas, parece mesmo ter saído diretamente dos filmes de ficção científica. O que despertou a curiosidade dos internautas e dividiu opiniões em relação a sua aparência.

Enquanto o novo modelo ainda não chega às lojas, ele já foi visto inúmeras vezes pelas ruas dos Estados Unidos, conduzido pelo próprio Musk.

Mesmo causando estranheza para alguns, a Tesla Cybertruck já conta com mais de 200 mil pedidos de pré-venda. De certo modo, isso já nos dá alguns sinais para tendências do futuro automobilístico: ruas norte-americanas tomadas por carros elétricos com designs diferenciados.

Nesta segunda parte da retrospectiva da década de Elon Musk, apresentamos as mudanças ocorridas na Tesla, empresa notável de carros elétricos.

Fique ligado no Olhar Digital para os próximos episódios da história de Musk na última década.

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital