O aquecimento global pode levar à morte de várias maneiras: enchentes, secas, tornados. Em estudo publicado na National Bureau Of Economic Research, porém, pesquisadores norte-americanos apontam que o aumento das temperaturas, sozinho, pode matar mais do que todas as doenças infecciosas combinadas até o fim deste século.

O planeta aqueceu, em média, 1ºC desde o início da industrialização em massa, e o termômetro pode subir mais 2ºC até 2100 se medidas drásticas não forem adotadas. O calor insuportável pode ser fatal para as pessoas que possuem condições de saúde preexistentes, como problemas no coração. 

A pesquisadora Amir Jina, economista ambiental na Universidade de Chicago e coautora do estudo, explicou ao The Guardian que “muitas pessoas mais velhas já morrem devido a efeitos indiretos do calor”.  

“É estranhamente similar à Covid-19: as pessoas mais vulneráveis são as que apresentam algum tipo de comorbidade”, afirmou. “Se você sofre com problemas de coração e for martelado pelo calor por vários dias seguidos, será empurrado em direção ao colapso”. 

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Temperatura média do planeta pode subir 3 ºC até 2100. Imagem: Pixabay

Se nada for feito, os pesquisadores estimam que o calor será responsável pela morte de 73 a cada 100 mil pessoas no fim do século. Segundo a publicação, essa quantidade é próxima às taxas de mortalidade atuais de doenças como malária, aids, tuberculose, dengue e febre amarela.

O prejuízo será econômico, também. A previsão é que 3,2% da atividade econômica global seja comprometida. Isso significa dizer que cada tonelada de dióxido de carbono emitida hoje representa cerca de US$ 36,60 (R$ 194) a menos no PIB do futuro.

Países mais afetados   

Obviamente, os países mais afetados pelas ondas de calor serão os tropicais, que são naturalmente mais quentes. Coincidentemente, esses países também são os mais pobres, e, portanto, enfrentarão dificuldades para se adaptar às novas condições climáticas. Gana e Sudão, por exemplo, ficarão acima da média e registrarão 200 ou mais mortes a cada 100 mil pessoas.

Países mais ricos e frios, por outro lado, sofrerão menos. É o caso da Noruega, onde será verificada uma queda no número de mortes causadas pelo frio extremo.

Jina explicou que, de fato, os efeitos do aquecimento global não serão distribuídos igualmente pelo mundo. “Na verdade, são as pessoas que menos fizeram para causar a mudança climática que sofrerão com isso”, completou. 

Via: The Guardian