A gigante chinesa ByteDance, dona do TikTok, iniciou conversas com a indiana Reliance Industries para apoiar a continuidade de sua marca na Índia. O movimento pode ser visto como uma tentativa de salvar o destino do popular aplicativo de vídeo em seu maior mercado.
Após tensões geopolíticas entre China e Índia, o TikTok acabou banido no país vizinho no dia 29 de junho. O governo indiano bloqueou o app de vídeos curtos e outros 58 aplicativos chineses por problemas de segurança e privacidade.
A Índia era o maior mercado do TikTok fora da China, superando os 200 milhões de usuários. A ByteDance emprega duas mil pessoas no país, porém seu destino depende da capacidade da empresa de convencer o governo indiano a permitir sua operação, ou então de vender sua marca no país.
As conversas entre a Reliance e a ByteDance começaram no fim de julho, mas ainda não chegaram a um acordo, segundo fontes informaram ao TechCrunch. Uma das fontes afirmou que os negócios do TikTok na Índia são avaliados em mais de US$ 3 bilhões. Nenhuma das empresas se manifestou sobre as conversas.
ByteDance tenta manter seus negócios na Índia. Imagem: Reprodução
Interesse na empresa indiana
Um investimento no TikTok poderia ajudar a Reliance, gigante do petróleo para o varejo e a empresa mais valiosa da Índia, a se conectar mais profundamente com seus consumidores. A Reliance também opera a Jio Platforms, uma empresa de telecomunicações.
Mesmo que a Jio Platforms já acumule mais de 400 milhões de usuários na Índia em menos de quatro anos de existência, seus aplicativos voltados para o consumidor final têm sofrido para reter o público.
Desde o fim de abril, o empreendimento digital da empresa levantou cerca de US$ 20 bilhões de 13 investidores de alto perfil, incluindo Google e Facebook. O Google diz que trabalhará com a Jio Platforms para lançar uma versão personalizada do Android para smartphones de baixo custo. Já o Facebook se dispôs a colaborar com a Reliance para ajudar na digitalização de 60 milhões de pequenas e médias empresas indianas.
TikTok foi banido na Índia e nos EUA, dois de seus maiores mercados. Imagem: Reprodução
Em paralelo, a ByteDance conversa com a Microsoft para vender seus negócios em alguns mercados, como nos EUA. O Financial Times informou na semana passada que as duas empresas ampliaram o escopo do negócio para incluir também o TikTok em outros mercados, como Europa e Índia.
A Reliance é de propriedade do homem mais rico da Índia, Mukesh Ambani, aliado do primeiro-ministro indiano Narendra Modi. Portanto, qualquer acordo fechado pela ByteDance pode ajudar a empresa a diminuir suas preocupações.
Dezenas de startups locais lançaram aplicativos autônomos ou recursos integrados para replicar a experiência do TikTok aos usuários. Esses apps alegam ter conquistado dezenas de milhões de novos usuários recentemente.
O próprio Facebook viu o engajamento diário em sua rede de serviços aumentar 25% com o recurso Reels no Instagram, após a proibição do TikTok.
Via: TechCrunch