Pulseira diz proteger privacidade ao bloquear captação de áudios

Ideia para criá-la surgiu da desconfiança de que assistentes virtuais espionam os usuários constantemente
Luiz Nogueira18/02/2020 19h14, atualizada em 18/02/2020 19h47

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Muitas vezes nos deparamos com anúncios no celular relacionados a produtos que apenas citamos em alguma conversa, o que reforça a teoria de que estamos sendo constantemente vigiados por dispositivos como smartphones. Para evitar isso, pesquisadores da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, criaram uma pulseira capaz de impedir a captação de áudios de conversas por dispositivos.

O protótipo, criado por Zhao, Zheng e Pedro Lopes, e apelidado de ‘Pulseira do Silêncio’, possui 24 alto-falantes que emitem um ruído ultrassônico imperceptível aos ouvidos – apenas crianças muito pequenas e animais conseguem perceber os sons -, mas que são suficientemente potentes para interferir na captação de áudio.

A ideia surgiu da desconfiança de que somos constantemente observados por equipamentos como assistentes digitais inteligentes, smartphones e até smartwatches. “É tão fácil gravar nos dias de hoje. Essa é uma defesa útil. Quando você tem algo particular a dizer, pode ativá-lo em tempo real. Quando reproduzirem a gravação, o som desaparecerá”, disse Pedro Lopez.

As fabricantes de assistentes virtuais, como Amazon, Google e Apple, se defendem e ressaltam que os dispositivos começam a ouvir o que é dito pelo usuário apenas quando as respectivas frases de ativação são ditas.

Entretanto, pesquisadores da Universidade de Northeastern constataram que isso não é exatamente verdade. Durante um experimento, mais de 120 horas de vídeos foram reproduzidos na presença dos assistentes. Resultados revelam que os dispositivos começaram a captar o áudio quando ouviram sons semelhantes aos de ativação – o que ocorreu muitas vezes.

Por enquanto, o dispositivo é apenas um protótipo, mas os criadores informam que é possível produzi-lo em larga escala por apenas US$ 20 a unidade (cerca de R$ 87 em conversão direta). O baixo preço e a promessa de segurança na realização de conversas confidenciais podem atrair investidores e fazer com que o projeto chegue às lojas em breve.

Via: New York Times

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital