Sistema experimental ‘Aqua-Fi’ promete conexão Wi-Fi debaixo d’água

Dados como fotos ou vídeos seriam convertidos em pulsos de luz que por sua vez, seriam emitidos posteriormente para a superfície usando um laser ou conjunto de LEDs
Fabiana Rolfini12/06/2020 18h34, atualizada em 12/06/2020 18h40

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A má transmissão de ondas de rádio pela água dificulta aos mergulhadores ou submarinos passarem informações, sem fio, para a superfície. No entanto, parece que cientistas podem mudar isso em breve ao desenvolver uma versão subaquática do Wi-Fi.

Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia King Abdullah da Arábia Saudita (KAUST) criaram um sistema experimental, conhecido como “Aqua-Fi”. Ele se baseia em uma tecnologia utilizada pelos mesmos cientistas em 2018: lasers para transmitir vídeo em HD através da água.

Mas como seria possível um Wi-Fi aquático? Um usuário, como um mergulhador, começaria enviando dados (como fotos ou vídeos) de um smartphone protegido por uma caixa estanque. As informações seriam inicialmente transmitidas na forma de ondas de rádio, para um pequeno dispositivo acoplado no cilindro de oxigênio do mergulhador.

Reprodução

Ilustração mostra como funcionaria o “Aqua-Fi”. Imagem: Xavier Pita/KAUST

Então, um microcomputador neste dispositivo converteria os dados em uma série de pulsos de luz ultra-rápidos, cada um representando um código binário 0 ou 1. Esses pulsos seriam emitidos posteriormente para a superfície usando tanto um laser integrado de 520 nanômetros, quanto um conjunto de LEDs verdes.

Enquanto os LEDs poderiam enviar os dados a distâncias relativamente curtas usando pouca energia, o laser poderia enviá-los mais longe, mas consumiriam mais energia para tal.

Ao chegar à superfície, os pulsos de luz seriam recebidos por um fotodetector na parte inferior de um navio e depois convertidos de volta nas fotos ou vídeos originais por um computador conectado. A partir daí, os arquivos podem ser carregados pela internet via satélite.

Disponibilidade

Até agora, o sistema “Aqua-Fi” foi usado para fazer upload e download de multimídia entre dois computadores colocados a alguns metros de distância em água parada. Antes que possa ser de fato usado na realidade, ele deverá ser adaptado para enfrentar alguns desafios como o efeito de dispersão da luz da água que se move rapidamente – isso pode envolver a utilização de um receptor esférico, capaz de detectar pulsos de luz vindos de todos os lugares.

“Criamos uma maneira relativamente barata e flexível de conectar ambientes subaquáticos à internet mundial”, afirmou o cientista principal, Prof. Basem Shihada. “Esperamos que um dia o Aqua-Fi seja tão amplamente usado debaixo d’água quanto o Wi-Fi acima da água”, concluiu.

Via: New Atlas

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital