A startup suíça Energy Vault quer superar as limitações das baterias de íon-lítio para armazenar energia renovável. Usando torres maciças compostas por tijolos de 35 toneladas, a empresa espera ser capaz de “estocar” o vento e o Sol, ou melhor, a energia gerada por eles.
Em agosto, a Energy Vault conseguiu US$ 110 milhões do Vision Fund do Soft Bank. A empresa já construiu uma torre de demonstração de 122 metros de altura e planeja construir guindastes de seis cabeças até 30 metros mais altos.
O conceito todo depende apenas de uma das quatro forças fundamentais da natureza, a gravidade. Um guindaste pré-programado em cima de uma torre maciça levanta e empilha tijolos colossais um em cima do outro, usando o excesso de energia das usinas solares e eólicas. Quando a demanda excede a produção de eletricidade, o guindaste reverte o processo, recuperando energia ao desempilhar a torre de tijolos.
Segundo o The Wall Street Journal, apenas 20 guindastes desses poderiam fornecer energia o bastante para 40 mil famílias durante um período de 24 horas.
As baterias de íons de lítio dependem de metais de terras raras, cuja extração vem acompanhada de inúmeros problemas ambientais e humanitários, e tendem a perder sua capacidade ao longo do tempo.
O conceito é semelhante aos sistemas “hidrelétricos bombeados”, que usam corpos d’água no lugar dos pesados blocos e uma colina em vez de uma torre, e existem há pelo menos um século. Outros sistemas baseados em gravidade estão sendo desenvolvidos na Alemanha, Escócia, EUA e Marrocos.
A Energy Vault afirma que seu sistema pode operar por mais de 40 anos com manutenção padrão, fornecendo uma vantagem sobre as baterias convencionais. Após uma despesa inicial de US$ 8 milhões a US$ 9 milhões para um sistema padrão, o custo de armazenamento seria inferior a cinco centavos de dólar por kWh com “degradação zero” e “despesas operacionais muito baixas”, segundo a empresa.
O armazenamento por gravidade pode ser útil para equilibrar as flutuações de curto prazo na rede de energia, um problema recorrente quando se trata de energia eólica e solar, que são muito intermitentes. No entanto, a tecnologia deve ser altamente precisa para garantir que os blocos sejam manobrados na posição correta.
Via: Futurism