Retrospectiva 2018: os fatos que marcaram a tecnologia no último ano

Redação26/12/2018 18h55, atualizada em 26/12/2018 19h24

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O ano está acabando e é hora de revisitar os principais momentos que marcaram os últimos 12 meses no mercado da tecnologia. Em 2018 o Olhar Digital noticiou grandes descobertas da ciência, avanços inéditos no setor de hardware e software, mas também polêmicas e problemas que atrasaram o avanço da inovação.

Confira a seguir alguns dos momentos e temas que mais marcaram o ano de 2018 em tecnologia. Faltou algum? Diga nos comentários o que mais te chamou a atenção neste ano.

Facebook: um escândalo após o outro

Ninguém pode conseguir 2,23 bilhões de amigos sem fazer alguns inimigos. Essa é uma pequena variação no slogan do filme “A Rede Social”, longa de 2010 dirigido por David Fincher que conta como Mark Zuckerberg (interpretado por Jesse Eisenberg) enganou e traiu muita gente para construir um império: o Facebook.

O preço desse império foi cobrado em 2018. Numa sequência de menos de 12 meses, o Facebook se meteu num mar de escândalos e polêmicas que colocam em dúvida a capacidade da empresa criada e chefiada por Zuckerberg de tratar de maneira segura e justa os dados desses 2,23 bilhões de usuários mensais.

Cambridge Analytica

Um dos maiores escândalos do ano foi o da Cambridge Analytica. Este é o nome de uma empresa de marketing que teve acesso a dados de 87 milhões de usuários do Facebook indevidamente, sem que muitos deles soubessem e sem que a própria rede social tivesse lhes dados permissão.

Um professor de psicologia desenvolveu um aplicativo que faz um teste de personalidade do usuário. Esse app precisa ter acesso ao perfil no Facebook do usuário que quiser participar. O problema é que os dados dessa pessoa e os dados dos seus amigos não eram coletados para o professor, e sim para a empresa Cambridge Analytica.

A empresa usou essa informação privilegiada para direcionar anúncios no Facebook. A rede social até ficou sabendo do vazamento e ordenou que a empresa apagasse os dados coletados – mas nunca foi até lá conferir se eles tinham mesmo sido apagados. Entre os 87 milhões de usuários afetados, havia, pelo menos, 440 mil brasileiros.

50 milhões hackeados

Em seguida, veio um dos escândalos mais graves: 50 milhões de usuários hackeados, 90 milhões de contas potencialmente afetadas, tudo graças a uma grave falha de segurança descoberta no mês de setembro relacionada ao “ver como”, recurso que permite ao usuário visualizar como fica o seu perfil para desconhecidos, amigos de amigos ou amigos da rede social.

Segundo o Facebook, uma vulnerabilidade do código na rede social permitiu que esse recurso fosse usado para roubar tokens de acesso às contas. Os tokens são chaves digitais que permitem que os usuários se mantenham logados na rede social sem precisar digitar sua senha todas as vezes que acessam o site ou aplicativo. Usando esses dados, os hackers podem ter acessado indevidamente as contas de vários usuários, sem precisar descobrir a senha.

O comunicado da falha dizia que o Facebook tinha certeza de que 50 milhões de contas foram afetadas. Os tokens dessas contas foram todos invalidados, o que, na prática, fez com que estes usuários precisassem refazer seus logins para se conectar à rede social. Por precaução, o Facebook também invalidou os tokens de outras 40 milhões de contas que usaram o “Ver Como” no último ano, mesmo sem evidências de ataque.

Diante desta situação, o Facebook também desativou o recurso “Ver Como” temporariamente para analisar melhor a vulnerabilidade.

Reprodução

Agência Definers

Mais um escândalo veio a tona em novembro. Uma reportagem do jornal norte-americano The New York Times detalhou como a administração do Facebook usou táticas moralmente questionáveis para tentar melhorar a sua imagem durante crises de reputação que atravessou durante o ano e driblar questões mais complexas.

O NYT afirma que a empresa contratou uma agência de relações públicas chamada Definers. Uma das coisas que a Definers fez para limpar a barra do Facebook durante o escândalo Cambridge Analytica foi espalhar a narrativa na imprensa de que algumas das pessoas que estavam organizando boicotes à rede social na época eram financiadas pelo filantropo liberal George Soros. O que, depois, descobriu-se que era mentira.

Também descobriu-se que a Definers era dona de uma página do Facebook com 120 mil seguidores chamada “NTK Network”. Um ex-funcionário disse que a página era a “loja de fake news caseira” da agência. Por meio dela, a Definers espalhava notícias boas (nem sempre verdadeiras) sobre seus clientes, e ruins (nem sempre verdadeiras) sobre os concorrentes dos clientes.

Após a publicação da reportagem do NYT, o Facebook rompeu contrato com a Definers e declarou que nunca pediu à agência ou pagou para que ela espalhasse notícias falsas em nome da rede social. Além disso, Zuckerberg disse que nem ele, nem Sheryl Sandberg, sabiam que a Definers era contratada pelo Facebook.

Fotos e mensagens vazadas

No começo de dezembro, a empresa revelou uma nova brecha de segurança que deixou expostas as fotos de 6,8 milhões de usuários, mesmo que as pessoas tenham feito o upload do material, mas não tenham postado de forma pública. O bug em questão fez com que cerca de 1,5 mil aplicativos tivessem acesso indevido “a um conjunto de fotos mais amplo do que deviam”.

A falha atingiu as pessoas que utilizaram o Facebook Login, a ferramenta da rede social que permite a realização de login em outros sites e aplicativos. Ao dar permissão para que os aplicativos acessassem suas fotos, os usuários podem ter dado acesso a mais do que deveria ser permitido por causa do bug. Isso aconteceu entre os dias 13 de setembro e 25 de setembro, quando a vulnerabilidade foi fechada.

Para completar, a rede social foi acusada de dar acesso irrestrito a informações de usuários a grandes empresas de tecnologia, como Microsoft, Apple, Spotify e Netflix. Entre os dados disponíveis para estes parceiros estavam até mesmo as mensagens privadas trocadas na plataforma.

O Facebook confirmou o acesso às mensagens privadas do usuário. Segundo o Facebook, isso era necessário para que seus usuários conseguissem enviar mensagens no Messenger sem sair do aplicativo de música, por exemplo.

A rede social disse ainda que era necessário o login na sua conta para que esse acesso acontecesse. E destacou que nenhum desses acessos teria acontecido sem a permissão dos seus usuários.

iPhone XS, iPads e Macs: mais do mesmo?

A Apple anunciou em setembro nada menos do que três smartphones de nomes muito parecidos: o iPhone XS, o iPhone XS Max e o iPhone XR. Vale lembrar que o “X” no nome de cada um se pronuncia “dez”, como o numeral 10 em algarismos romanos.

O iPhone XS e o iPhone XS Max são basicamente mais do mesmo. A tela ocupa quase toda a frente, com exceção de bordas mínimas e de um entalhe no alto, que carrega os sensores de reconhecimento facial (Face ID). Nada de botão Home e leitor de digitais.

Apesar das diferenças externas, os dois modelos têm um novo processador A12 Bionic, feito já com o processo de fabricação de 7 nanômetros e usando 6,9 bilhões de transistores. Em termos de câmeras, atrás, os modelos têm duas lentes com sensores de 12 megapixels, uma telefoto com zoom óptico de 2x e outra grande-angular, que captura uma porção maior de uma cena, com abertura f/1.8.

A Apple melhorou o sistema de retratos do conjunto, aprimorando por software o efeito bokeh (desfoque no segundo plano). É possível, inclusive, alterar a profundidade de campo depois que a foto é capturada no app de galeria dos novos iPhones.

Os dois modelos têm bateria com 30 minutos a mais de duração do que a do iPhone X e, como esperado, suporte a dois chips de operadora (dual-SIM). Mas com diferenças: na China, o suporte é a dois chips físicos; em outros países, é a um chip físico e a um eSIM, uma tecnologia que nem todas as operadoras ainda oferecem. Eis os preços no Brasil:

  • iPhone XS de 64 GB: R$ 7.299
  • iPhone XS de 256 GB: R$ 8.099
  • iPhone XS de 512 GB: R$ 9.299
  • iPhone XS Max de 64 GB: R$ 7.999
  • iPhone XS Max de 256 GB: R$ 8.799
  • iPhone XS Max de 512 GB: R$ 9.999

Reprodução

Além dos dois novos iPhone XS e XS Max, a Apple anunciou o iPhone XR, uma versão mais “barata” de seus smartphones. O modelo tem tela LCD de 6,1 polegadas, resolução 1.792 x 828 pixels (bem menor que o Full HD) e taxa de atualização de 120 Hz.

Além disso, o aparelho conta com bordas um pouco maiores e vem em diversas opções de cores: preto, branco, vermelho, amarelo, coral e azul, quase como um sucessor do iPhone 5C. Com quase o mesmo visual dos outros modelos, ele traz um conjunto de sensores para reconhecimento facial no entalhe no alto da tela.

A câmera frontal de 7 megapixels fica ali também. Há, no entanto, apenas uma na traseira, com lente grande-angular de abertura f/1.8 e sensor de 12 megapixels, como uma das duas do iPhone XS. O aparelho também é menos resistente à água, com certificação IP67, um degrau abaixo de seus irmãos.

Apesar das “pioras”, por dentro ele carrega o mesmo chip A12 Bionic de seus irmãos. Ou seja, seu desempenho será bastante parecido. Eis os preços do iPhone XR no Brasil:

  • iPhone XR de 64 GB: R$ 5.199
  • iPhone XR de 128 GB: R$ 5.499
  • iPhone XR de 256 GB: R$ 5.999

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Mas as câmeras do iPhone XS, o novo smartphone da Apple, deixaram muita gente decepcionada. Algumas análises chegaram a dizer que o Google Pixel 2, lançado em 2018, tira fotos melhores. E descobriu-se que a câmera frontal aplica um “embelezamento” a selfies sem pedir permissão ao usuário.

Aparentemente, o sensor aplica uma suavização excessiva sobre as selfies dos usuários. Essa suavização, além de reduzir o contraste das fotos, esconde pequenas imperfeições na pele. O recurso é comum em celulares Android, mas geralmente vem como um filtro opcional, e não como padrão.

O problema é que não há qualquer menção a um “modo embelezador” no aplicativo de câmera do iPhone XS ou do XS Max. A Apple corrigiu o problema com o lançamento do iOS 12.1. Segundo a empresa, foi necessário afinar o Smart HDR, recurso que serve para balancear os pontos escuros e claros de uma foto.

iPad Pro 2018

Em outubro, a Apple anunciou a mais nova versão do iPad Pro, versão mais poderosa do tablet da marca. A edição 2018 se destaca por vir com Face ID e visual inspirado no iPhone X. Assim como os celulares mais modernos da Apple, o novo iPad Pro não tem botão de Início nem leitor de impressões digitais. O desbloqueio do novo tablet é feito por reconhecimento facial, graças ao sensor TrueDepth criado para o iPhone X.

Isto também significa que o novo iPad Pro possui bordas reduzidas em relação às versões mais antigas do tablet. Mas, ao contrário do iPhone X, não há qualquer recorte (o famoso “notch”) na tela deste aparelho para acomodar o Face ID. O novo design também elimina a porta de 3,5 milímetros para fones de ouvido.

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A tela “infinita” LCD de cantos arredondados (chamada Liquid Retina, como a do iPhone XR) tem opções de 12,9 e 11 polegadas. Sem o botão de Início, os gestos do iOS que estrearam no iPhone X também valem para o novo tablet. E sem o notch, não existe mais “lado certo” para se usar o iPad: ele pode ser usado na vertical ou na horizontal, a orientação sempre se adapta ao uso.

O processador é um A12X Bionic, feito em 7 nanômetros com mais de 10 bilhões de transistores. O chip é composto por uma GPU de sete núcleos e uma CPU de oito núcleos – quatro deles são focados em desempenho, outros quatro são mais econômicos. A Apple garante que este processador é capaz de processar gráficos tão bem quanto um Xbox One S.

Além disso, o iPad Pro vem com até 1 TB de armazenamento e conexão USB-C (algo inédito na linha), com direito a um recurso que permite usar o tablet para recarregar um iPhone como se fosse um carregador portátil. No Brasil, o tablet chegou custando até R$ 15.600.

Em dezembro, a Apple confirmou que alguns iPads Pro podem vir com o corpo levemente entortado da caixa. Segundo a companhia, isso acontece por conta do processo de fabricação e dos materiais usados no tablet. A fabricante, contudo, afirma que não há impactos na performance do aparelho e nem necessidade de trocar o tablet.

Novos Macs

Em dezembro, a Apple deu início às vendas no Brasil do novo MacBook Air e do novo Mac Mini, computadores que a empresa lançou nos Estados Unidos em outubro. As máquinas chegam custando até R$ 34,2 mil.

Começando pelo novo MacBook Air. O laptop mais leve da Apple agora tem tela Retina como os modelos mais potentes e leitor de impressões digitais próximo ao teclado. A versão mais básica custa R$ 10.400 e possui 8 GB de RAM e 128 GB de SSD.

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Além disso, o MacBook Air possui teclado retroiluminado, trackpad maior que o normal e ainda tem suporte a múltiplos gestos e toques simultâneos. Tudo com uma bateria que promete durar 13 horas de vídeo, sendo 10% mais fino que o antecessor e pesando 1,24 quilo.

O outro lançamento da Apple no Brasil em 2018 foi o novo Mac Mini, um minicomputador – isto é, você deve conectá-lo a um monitor, mouse e teclado avulsos – que agora vem com processador Intel Core de oitava geração e até 64 GB de RAM.

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O modelo mais básico de Mac Mini vem com Intel Core i3 quad-core, 8 GB de RAM e 128 GB de SSD por R$ 7.000 (mais barato que um iPhone XS). Você também pode customizar as especificações do computador no momento da compra.

Infinity Flex: o futuro é dobrável

O ano de 2018 também serviu para definir uma tendência para o próximo ano: a dos celulares dobráveis. Em novembro, a Samsung apresentou seu primeiro protótipo de smartphone flexível. O Infinity Flex é o conceito de tela dobrável da empresa, que deve entrar em produção em massa nos próximos meses.

O Infinity Flex é o nome da tecnologia de display dobrável que a Samsung espera colocar em smartphones próprios e também em aparelhos de clientes corporativos do futuro (vale lembrar que Apple e Google são algumas das empresas que compra displays da Samsung).

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Fechado, o dispositivo com Infinity Flex funciona como um smartphone de tela pequena na “capa”. Aberto, o aparelho funciona como um tablet de 7,3 polegadas. Esta é a ideia, pelo menos, já que a Samsung se limitou a destacar a tecnologia da tela, sem dar detalhes sobre quando vai lançar um produto com ela.

Mas antes da Samsung, outra empresa apresentou o primeiro celular dobrável de verdade do mundo, a desconhecida Rouyu Technology. O FlexPai, como foi batizado o aparelho, chegou com uma tela de 7,8 polegadas que pode ser aberta para funcionar como um tablet ou dobrada para ser usada como telefone.

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Com espessura de 7,6 milímetros, o FlexPai chegou com um visual bastante “rústico”. Além das 7,8 polegadas, o aparelho possui uma câmera dupla de 16 e 20 megapixels e suporte a carregamento rápido, que recupera 80% da bateria em 60 minutos. A empresa afirma ainda que o modelo tem um processador Snapdragon 855, o mais moderno da Qualcomm.

Google Duplex: inteligência artificial na sua mão

O Google apresentou uma nova leva de novidades para a tecnologia que é seu principal alvo de investimentos. A empresa revelou neste ano o Duplex, uma tecnologia que potencializa o Google Assistente a ligar para estabelecimentos por você para fazer reservas ou tirar alguma dúvida.

A demonstração que a empresa ofereceu no palco do Google I/O 2018 impressionou com dois exemplos. No primeiro, o Google Assistente ligou para um cabeleireiro para marcar um horário para um corte feminino. A fluidez da conversa e a negociação de horários disponíveis gerou aplausos entusiasmados do público.

No segundo exemplo, o sistema ligou para um restaurante para marcar um horário, mas recebeu a notícia de que o estabelecimento não fazia reservas para grupos de menos de cinco pessoas. Neste instante, a tecnologia compreendeu a interação e perguntou se o restaurante é muito cheio no horário de interesse, agradeceu e encerrou a conversa.

O Google deixou bem claro que a tecnologia ainda é experimental e não tem um prazo para estar disponível para o público. Mesmo assim, o sistema rendeu polêmica. O mais impressionante é que o sistema consegue falar com naturalidade, incluindo pausas e traquejos típicos de um ser humano, o que também gerou alguma polêmica.

Desde então, o Google vem tentando dar novos contornos ao Duplex para diminuir a desconfiança do público. Por exemplo, a empresa disse que o sistema deixará claro para a pessoa do outro lado da linha que ele está falando com um robô, e não com outro ser humano.

O Google também estaria pensando em mudar totalmente o foco do Duplex. Em vez de usar o assistente para realizar tarefas pelo usuário comum, como agendar um corte de cabelo ou reservar uma mesa num restaurante, ele seria destinado ao trabalho em call centers.

Windows 10: nunca foi tão difícil atualizar

Em 2018, software foi o ponto fraco da Microsoft. Aconteceu de tudo: updates de segurança que quebraram o sistema de boot de algumas máquinas, uma grande atualização para o Windows 10 teve que ser interrompida por conta de arquivos desaparecendo e até o Office teve problemas com patches.

O Windows 10 foi o personagem principal num ano cheio de bugs para a Microsoft. A primeira grande atualização de 2018 já foi problemática. O update do primeiro semestre, programado para ser lançado em abril, foi adiado após meses de testes com usuários do programa Insider graças a um defeito consideravelmente grave.

A atualização causava a temida Tela Azul da Morte. Corrigido o bug, o update foi lançado, mas voltou a causar problemas. Usuários reclamavam que a nova versão do Windows estava travando em computadores desktop e congelando o Google Chrome em alguns casos. Lá foi a Microsoft consertar mais este problema.

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No segundo semestre, a Microsoft lançou o prometido Update de Outubro, a segunda grande atualização do ano, e novamente encontrou problemas graves. A atualização apagou os arquivos dos PCs de alguns usuários arbitrariamente. O problema foi tão grande que a empresa teve que suspender e adiar a atualização, que só foi liberada de novo em dezembro.

A Microsoft parece consciente de que houve problemas com o feedback loop do Windows Insider. O programa de testes foi criado especialmente para o Windows 10 e tinha como objetivo tornar o processo de evolução do sistema operacional mais transparente e envolver melhor o público consumidor.

“Com o Windows 10, nós trabalhamos para oferecer qualidade a mais de 700 milhões de dispositivos Windows 10 ativos por mês, mais de 35 milhões de títulos de aplicativos com mais de 175 milhões de versões de aplicativos e 16 milhões de combinações exclusivas de hardware/driver”, justificou-se Michael Fortin, vice-presidente corporativo da Microsoft.

“Até mesmo um processo de detecção de múltiplos elementos deixará de detectar problemas em um ecossistema tão grande, diverso e complexo quanto o Windows”, disse o executivo. “Nosso foco até agora esteve quase exclusivamente em detectar e corrigir problemas rapidamente, mas agora vamos aumentar nosso foco em transparência e comunicação.”

WhatsApp: uma máquina de spam em ano de eleições

O WhatsApp esteve em diversas manchetes em 2018, não só na editoria de tecnologia. Principalmente porque o app foi usado em peso para disseminar informações, opiniões e até notícias falsas durante um período sensível do país: as eleições.

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Segundo uma reportagem publicada em outubro no jornal Folha de S.Paulo, empresários pagaram serviços de disparo de mensagens em massa para espalhar uma corrente anti-PT no WhatsApp e promover Jair Bolsonaro (PSL), oponente de Fernando Haddad (PT) na disputa pela presidência da República.

Não há como saber se as mensagens promovidas pelos empresários pró-Bolsonaro são só de informações verdadeiras ou se há no meio também notícias falsas. Fato é que as fake news foram fortemente espalhadas através do WhatsApp nestas eleições, de todos os lados da disputa.

O vice-procurador-geral Eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, disse em certa ocasião que o Ministério Público estava apurando a existência de um possível esquema “industrial” de compartilhamento de fake news pelas redes sociais.

Chris Daniels, vice-presidente do WhatsApp e ex-vice-presidente do Facebook responsável pelo Internet.org, publicou um extenso artigo na mesma Folha de S.Paulo para defender o WhatsApp e suas ações contra as fake news.

“Quando você conecta mais de 1 bilhão de pessoas em países e culturas diferentes, você verá tudo de bom que a humanidade pode fazer, mas também algum abuso”, escreveu Daniels, acrescentando que é responsabilidade da empresa “amplificar o bom e mitigar o mau”.

Anatel: guerra declarada aos piratas

Prometido desde 2012, o bloqueio de celulares piratas no Brasil começou para valer em fevereiro de 2018. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) colocou em prática neste ano o programa “Celular Legal”.

De acordo com a Anatel, celulares piratas são todos aqueles que não possuem IMEI registrado no banco de dados da GSMA, uma organização internacional que registra aparelhos de diversas fabricantes e operadoras de todo o mundo.

Ou seja, celulares importados de marcas conhecidas, mesmo que não sejam homologados e vendidos oficialmente no Brasil, não são afetados, desde que sejam registrados pelo GSMA. Você pode conferir a situação do IMEI do seu aparelho com a Anatel clicando aqui.

A Anatel recomenda que o usuário verifique “se o número que aparece na caixa, o número do adesivo e o número que aparece ao discar *#06# são os mesmos. Caso os números apresentados forem diferentes, há uma grande chance de o aparelho ser irregular”.

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O bloqueio de aparelhos piratas começou por Goiás e Distrito Federal, a princípio apenas para dispositivos ativados a partir do dia 22 de fevereiro. Quem tinha um celular irregular já em uso há mais tempo não foi afetado. Na prática, o bloqueio começou 75 dias após o recebimento do alerta por SMS, mais precisamente em 9 de maio.

Celulares piratas ativados no Acre, Rondônia, São Paulo, Tocantins, região Sul e demais estados da região Centro-Oeste começaram a receber as notificações sobre o prazo de 75 dias em 23 de setembro de 2018. Ou seja, celulares piratas ativados a partir desta data começaram a ser bloqueados em 8 de dezembro.

Na região Nordeste e demais estados do Norte e Sudeste, os celulares piratas começaram a ser notificados em 7 de janeiro de 2019 – 75 dias depois, a partir de 24 de março de 2019, eles começam a ser bloqueados. Segundo a Anatel, estes aparelhos são “perigosos para a saúde do usuário”.

Isto porque estes dispositivos, na avaliação da agência, apresentam “grande quantidade de chumbo e cádmio”, por “não possuírem garantias em relação a limites de radiações eletromagnéticas e utilizarem materiais de baixa qualidade, como baterias e carregadores mais sujeitos a quebras”.

Elon Musk: do espaço à decadência

Elon Musk, o bilionário fundador da Tesla e da SpaceX, também esteve em múltiplas manchetes de 2018. Em parte por conta do seu trabalho à frente das empresas de tecnologia, mas em parte também por diversas polêmicas.

O ano começou bem para Musk. A SpaceX, empresa de exploração espacial do bilionário, realizou um feito histórico em fevereiro. A companhia promoveu o primeiro lançamento do Falcon Heavy, seu maior foguete até hoje e que pode, um dia, levar astronautas a Marte.

O voo de testes do Falcon Heavy consistiu em empurrar na direção da órbita de Marte uma cápsula contendo um Roadster, carro superesportivo elétrico fabricado por outra empresa de Elon Musk, a Tesla. O carro, vermelho como Marte, ainda foi ao espaço tocando a música “Space Oddity”, de David Bowie.

O lançamento foi um sucesso. Musk divulgou no Instagram a última imagem de “Starman”, apelido que o bilionário deu ao boneco vestido em um traje espacial que foi colado ao assento do motorista do Roadster que agora vaga pelo espaço.

O Roadster foi mandado ao espaço acompanhado de câmeras que faziam transmissão em tempo real para a Terra. Mas, como previsto, a bateria do sistema acabou depois de 12 horas e o carro perdeu todo e qualquer contato com a base da SpaceX.

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Mas no segundo semestre, a sorte de Musk começou a mudar. Tudo começou quando o fundador da Tesla e da SpaceX ofereceu às equipes de resgate uma cápsula feita por seus engenheiros e que poderia ajudar no salvamento de um grupo de 12 jovens jogadores de futebol e o seu treinador que ficaram presos numa caverna em Chiang Rai, na Tailândia.

O resgate foi um sucesso, mas sem a ajuda de Musk. A cápsula ficou pronta quando a maioria dos jovens já tinha sido resgatada. O empresário chegou a ir pessoalmente à base da operação de resgate na Tailândia para oferecer o que ele chamava de “mini submarino” – segundo ele, uma oferta gratuita. Mas a operação terminou e o dispositivo não foi utilizado. Segundo as autoridades, ele não era funcional.

Depois disso, ele entrou em uma discussão com um dos mergulhadores envolvidos na operação através do Twitter e acabou chamando o rapaz de pedófilo. Após receber ameaças de processo, o empreendedor emitiu um pedido de desculpas. Mas pouco tempo depois, voltou a acusar o mergulhador de pedofilia.

Em outubro, Elon Musk foi forçado a deixar a presidência do conselho da Tesla. O executivo deixou o cargo mais alto da companhia que ele mesmo fundou após chegar a um acordo com a Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), que instaurou um processo contra ele por fraude.

Em 7 de agosto de 2018, Musk postou uma mensagem no Twitter dizendo que pretendia retirar a Tesla da bolsa de valores. “Estou considerando tornar a Tesla privada a $420. Financiamento garantido”, ele escreveu. Dias depois, ele voltou atrás publicando um comunicado oficial.

Além disso, o próprio Musk confirmou à SEC que o preço por ação que ele calculou, 420 dólares, foi uma piada, uma “referência à maconha” pensada para “divertir a namorada”, a cantora Grimes. Tudo isso rendeu ao empresário uma acusação de fraude e de indução de investidores ao erro.

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Musk continua como CEO da Tesla. Mas, a partir de agora, seus posts no Twitter deverão ser acompanhados de perto por um advogado ou por uma equipe responsável por “implementar controles e procedimentos adicionais para supervisionar as comunicações de Musk”.

Carros autônomos: o primeiro acidente e o primeiro táxi

Uma mulher morreu após ser atingida por um carro autônomo da Uber nos Estados Unidos em março deste ano. O acidente fez a empresa interromper os testes com seus veículos autônomos e colocou a tecnologia em cheque.

O acidente aconteceu no início do dia numa rodovia movimentada. O carro da Uber estava circulando com o modo autônomo ativado e, segundo a polícia, estaria entre 61 e 64 quilômetros por hora, numa via em que o limite é de 72 quilômetros por hora.

O sargento Ronald Elcock afirmou que o carro não diminuiu a velocidade antes de se chocar com a pedestre, uma mulher chamada Elaine Herzberg, de 49 anos. Ainda havia uma motorista de segurança no carro, uma funcionária da Uber chamada Rafaela Vasquez, de 44 anos.

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Segundo a polícia de Tempe, Elaine entrou na pista “abruptamente” empurrando uma bicicleta coberta por sacos plásticos. É provável que a vítima fosse moradora de rua. A motorista Rafaela assistia séries de TV no serviço de streaming Hulu no momento do acidente.

A Uber interrompeu seu projeto de carros autônomos por alguns meses e só o retomou em dezembro. No entanto, o projeto foi profundamente reduzido para se adequar às novas regras impostas à companhia.

Waymo One

Mas 2018 não foi só de más notícias para os carros autônomos. A Waymo, empresa “irmã” do Google, anunciou em dezembro o lançamento do Waymo One. Trata-se de um serviço de transporte por aplicativo, como o da Uber, que leva o passageiro aonde ele quiser em um carro que dirige sozinho.

Por enquanto, porém, o Waymo One ainda é um serviço bem restrito. A princípio, só pode utilizar o aplicativo quem receber o convite, e só serão convidados os participantes do programa de testes da Waymo, que opera desde junho de 2017 somente nos EUA.

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A diferença é que, agora, essas mesmas pessoas que participavam do programa de testes podem convidar amigos e parentes “de fora” para dar uma volta de carro autônomo através do Waymo One, o que não era permitido pelas regras da empresa até aqui.

Além disso, o serviço só está disponível na região central da cidade de Phoenix, no estado do Arizona, nos Estados Unidos. E os carros, embora sejam capazes de circular sozinhos, terão engenheiros da Waymo sentados nos bancos de motorista preparados para tomar o controle dos veículos em caso de emergência em todas as corridas.

O projeto de carros autônomos da Waymo surgiu dentro do Google em 2009 e se tornou uma empresa independente em 2016, ainda como parte do mesmo conglomerado, a Alphabet. A tecnologia está em testes nas ruas dos Estados Unidos há quase dez anos.

GDPR e LGPD: a lei geral de proteção de dados, da Europa ao Brasil

Mais de dois anos depois de ser criada, entrou em vigor neste ano a nova Lei Geral de Proteção de Dados da União Europeia – a GDPR, na sigla em inglês. Trata-se de uma nova legislação europeia que visa dar aos usuários mais controle sobre os dados que as empresas têm sobre eles.

Em resumo, a legislação obriga as empresas a mudar a forma como lidam com dados pessoais se quiserem continuar atuando no continente. Ela vale para qualquer companhia, de qualquer tamanho que atua no território e processa dados sobre cidadãos europeus.

As políticas de privacidade de praticamente todas as empresas não levavam em conta muitas das regras instituídas pela nova legislação. Para ficar de acordo com a lei, então, companhias como Spotify e Microsoft atualizaram seus termos de uso, o que encheu as caixas de e-mails de muita gente até no Brasil.

Em agosto, o presidente Michel Temer sancionou a Lei 53/2018 da Câmara dos Deputados, a Lei Geral de Proteção de Dados brasileira. Ou seja, é versão nacional da GDPR, também chamada por aqui de LGPD.

A legislação nacional exige que as companhias deixem clara a finalidade (“realização do tratamento para propósitos legítimos, específicos, explícitos e informados”) do uso dos dados e limitar o uso das informações a esse fim.

O consentimento dos usuários é obrigatório e deverá vir por meio daqueles já conhecidos termos de uso. A LGPD obriga que as empresas sejam claras em seus textos e específicas na hora de definir a finalidade do uso. “O consentimento deverá referir-se a finalidades determinadas e serão nulas as autorizações genéricas para o tratamento de dados pessoais”, diz a legislação.

Huawei: prisão de executiva, guerra com os EUA e retorno ao Brasil

Meng Wanzhou, vice-presidente do conselho administrativo da Huawei e também presidente financeira da empresa (CFO), foi presa no início de dezembro em Vancouver, no Canadá, em meio a uma intensa guerra entre a empresa chinesa e o governo dos Estados Unidos.

Meng também é filha de Ren Zhengfei, fundador da Huawei, empresa que é uma gigante chinesa e a segunda maior vendedora de smartphones do mundo. A corporação também trabalha com infraestrutura de telecomunicações e recentemente tem estado na mira do governo dos EUA no último ano.

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No começo de 2018, a empresa foi barrada ao tentar vender seus smartphones nos EUA. Mais recentemente, os norte-americanos tentaram convencer países aliados a não utilizar equipamentos da empresa chinesa.

Os EUA acreditam que a Huawei tem ligações próximas ao governo da China e que pode estar vazando informações sigilosas de outros países para Pequim. O estado chinês nega que esteja espionando o Ocidente através da Huawei, e a empresa nega que esteja vazando informações ao governo da China.

Meng foi liberada após 10 dias na prisão. A executiva pagou fiança de 10 milhões de dólares canadenses, equivalente a quase R$ 30 milhões, pagos em conjunto pelo seu marido e quatro ex-colegas e amigos.

Mas apesar da guerra com os EUA, a Huawei teve bons motivos para comemorar em 2018. A empresa bateu o próprio recorde de vendas, aumentando em 30% o volume de envios de smartphones e, como consequência, fechou o ano como a segunda maior fabricante de smartphones do mundo.

A Huawei chegou a anunciar um retorno ao mercado brasileiro de smartphones.

Em junho deste ano, um porta-voz da empresa confirmou ao Olhar Digital que a Huawei voltaria a comercializar smartphones aqui a partir do começo do segundo semestre de 2018. Mas, desta vez, a empresa tentaria uma bordagem diferente: uma parceria com a brasileira Positivo, que venceu uma disputa com outras concorrentes para cuidar da distribuição, venda e logística de varejo dos smartphones da Huawei no país.

A Positivo disse na época que deveria lançar em agosto o primeiro celular deste retorno da Huawei: o P20 Pro. A notícia animou muita gente. Afinal, o P20 Pro é um aparelho top de linha que conquistou o mercado internacional com elogios da imprensa especializada e notas altas em testes de desempenho. Ele é conhecido por liderar o ranking das melhores câmeras de smartphone do mundo com um sensor triplo na parte traseira.

A princípio, o P20 Pro seria importado, mas havia planos de fabricar localmente os smartphones da Huawei no longo prazo, afirmaram executivos da Positivo na época. Além do smartphone de câmera tripla, a empresa dizia que estava preparando o lançamento de um segundo celular top de linha da Huawei cujo nome não foi divulgado.

O tempo passou, o prazo para o retorno acabou e nada de P20 Pro lançado, com as empresas envolvidas em silêncio. Em novembro, a Huawei anunciou o fim da parceria com a Positivo. O Valor Econômico afirma em reportagem publicada nesta terça-feira, 11, que a Huawei não vai mais vender smartphones no Brasil junto com a Positivo. Os chineses estariam “em busca de distribuidores e de profissionais para estabelecer uma operação de venda direta no país”, segundo o jornal.

Procurada, a Huawei informou em nota que “não há novidades” sobre a venda de smartphones no Brasil, mas adiantou que, “de qualquer maneira, a empresa já tem feito os estudos de mercado necessários para seguir com o tema localmente”.

A Positivo, por meio de sua assessoria de imprensa, enviou ao Olhar Digital o seguinte posicionamento: “diante de todos os acontecimentos recentes, a Positivo ainda está em fase de discussão com a Huawei sobre se irá participar e como será sua eventual entrada no Brasil”. Não foi em 2018 que vimos os celulares da marca de volta ao país. Quem sabe em 2019?

CRISPR: o primeiro bebê geneticamente modificado

Em novembro, um cientista chinês disse ter ajudado a gerar o primeiro par de bebês geneticamente modificados. Jiankui He, pesquisador da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul em Shenzhen, na China, anunciou o primeiro caso de uso da tecnologia CRISPR em uma gestação completa.

O CRISPR é uma ferramenta de edição genética de extrema precisão que permite que cientistas mudem pequenos detalhes do genoma de um ser vivo. Até hoje a tecnologia tem sido usada em estudos preliminares, com cobaias e, no máximo, com embriões humanos, mas é a primeira vez que crianças nascem com genes editados artificialmente.

Jiankui He contou que duas garotas, gêmeas, nasceram em novembro na maternidade HarMoniCare, em Shenzhen, e que, durante a gestação, as duas tiveram genes modificados para que fossem removidos os respectivos genes CCR5, uma das portas de entrada do vírus HIV no organismo humano.

A identidade das crianças foi mantida em sigilo por respeito à privacidade da família, mas também por isso He deixou de apresentar provas concretas do seu estudo. Além disso, a maternidade citada como o local onde as crianças geneticamente modificadas nasceram negou qualquer envolvimento com o estudo.

O governo chinês exigiu a paralisação do estudo. O vice-ministro de ciência e tecnologia da China, Xu Nanping, explicou à emissora estatal CCTV que o ministério se opõe fortemente a esse tipo de estudo, que considerado ilegal e inaceitável. Ele também disse que a equipe responsável pelo experimento vai ser investigada.

Depois disso, Jiankui He desapareceu da mídia e até agora não apresentou provas concretas da existência dos bebês geneticamente modificados. De qualquer maneira, o estudo rendeu críticas em toda a comunidade internacional de ciência por ter atropelado debates sobre ética.

5G: a um passo de se tornar realidade

A quinta geração de internet móvel, o 5G, esteve a um passo de se tornar realidade em 2018. O 3GPP, um grupo internacional formado por representantes da indústria, dedicado a estabelecer padrões para o setor de telecomunicações, finalizou a ficha técnica oficial do 5G.

Com ela, as operadoras agora têm um guia de como “construir” redes 5G com infraestrutura totalmente nova, sem adaptar a tecnologia já usada no 4G. Isto significa que o padrão oficial do 5G está finalmente pronto para ser implementado mundo afora.

A Coreia do Sul já estreou sua própria rede (restrita) de 5G neste ano. Operadoras norte-americanas e europeias também começaram a experimentar a nova rede. Qualcomm e Samsung apresentaram os chips que darão suporte 5G aos smartphones do futuro, e marcas como Xiaomi e Motorola já mostraram quais serão os primeiros celulares 5G do mundo.

Em 2019, essa tecnologia tem tudo para decolar.

Meltdown e Spectre: falhas de segurança em quase todas as CPUs

Em janeiro, pesquisadores divulgaram a existência de duas graves falhas de segurança em quase todos os processadores vendidos nos últimos 20 anos ao redor do mundo. As falhas ganharam o nome de “Meltdown” e “Spectre”.

A mais urgente e grave é a Meltdown, que atinge processadores da Intel – marca mais comum e utilizada em computadores com Windows ou Macs. A Spectre ainda teve poucos detalhes divulgados e é um pouco mais difícil de ser explorada por hackers, segundo pesquisadores.

A Meltdown, porém, não só atinge mais PCs – provavelmente o seu -, como pode ser explorada mais facilmente. Um simples código JavaScript rodando em um site qualquer é capaz de acessar dados da memória da CPU e roubar informações delicadas, como as suas senhas.

A Intel anunciou que está redesenhando seus processadores de oitava geração e os futuros chips da linha Core E Xeon para conter as falhas “Spectre” e “Meltdown”. A Microsoft também lançou atualizações para o Windows para mitigar os efeitos da falha.

Os defeitos também atingem smartphones. O Google atualizou o Android e o Chrome para tentar limitar os efeitos da falha Meltdown, assim como a Apple fez o mesmo com o iOS. Os bugs ficaram mais fracos, mas ainda estão presentes em muitos processadores.

Obituário: quem nos deixou em 2018

John Perry Barlow, fundador da organização dedicada aos direitos digitais EFF (Eletronic Frontier Foundation), morreu aos 70 anos em 7 de fevereiro. Barlow foi um dos pioneiros da internet e defendia que a rede deveria ser um ambiente livre, além de ser autor da “Declaração de Independência do Ciberespaço”, uma carta apresentada durante o Fórum Econômico Mundial de 1996 em Davos e que ia contra a regulamentação da internet por parte dos governos.

Stephen W. Hawking faleceu em sua casa, em Cambridge, na Inglaterra, em 14 de março aos 76 anos. Hawking foi um dos físicos mais conhecidos do mundo. Boa parte de seu reconhecimento mundial se deve ao best seller “Uma breve história do tempo”, publicado em 1988. O livro vendeu mais de 10 milhões de exemplares e trouxe sua busca por entendimento das leis do universo, a partir de estudos como os que envolvem os buracos negros, aos holofotes da cena mundial.

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Ted Dabney, cofundador da Atari e um dos pioneiros da indústria dos games, morreu aos 81 anos em 28 de março. Ele foi diagnosticado com câncer de esôfago no fim do ano passado mas preferiu não passar por um tratamento. Dabney teve participação fundamental na criação e nos primeiros sucessos da Atari. Ao lado de Nolan Bushnell, ele fundou a Syzygy em 1969, uma empresa que surgiu com o objetivo de produzir um game próprio que ficou conhecido como Computer Space. Anos depois, a Syzygy mudou de nome para Atari e em 1972 lançou o primeiro grande sucesso da empresa: Pong.

Paul Allen, um dos fundadores da Microsoft morreu no dia 15 de outubro. O executivo tinha 65 anos e combatia um linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer que se origina nos gânglios. Bill Gates e Paul Allen fundaram a Microsoft em 1975, na cidade de Albuquerque no Novo México. Juntos, desenvolveram um interpretador da linguagem BASIC. Depois de se afastar da Microsoft, Allen fundou e dirigiu a Vulcan Inc., entidade que administra seus diversos negócios e projetos filantrópicos.

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Evelyn Berezin, criadora do primeiro processador digital de texto, morreu aos 93 anos em 12 de dezembro. Evelyn criou o Data Secretary, um produto para facilitar o trabalho de secretárias como substituto das máquinas de escrever convencionais. O aparelho tinha teclado e impressora da IBM embutidos, com a vantagem de permitir que o usuário editasse textos antes de imprimir, o que não era possível com as máquinas de escrever. Com o tempo a máquina foi atualizada, ganhou tela e mais velocidade de processamento, tornando-se um predecessor dos computadores pessoais.

Nancy Grace Roman, a primeira chefe de astronomia do Departamento de Ciência Espacial da NASA, morreu na última semana de 2018 aos 93 anos. Ela ficou conhecida como a “mãe” do telescópio espacial Hubble, usado para detectar centenas de planetas fora do Sistema Solar nos últimos anos. Como chefe de ciência espacial da NASA, Nancy trabalhou para desenvolver e arranjar financiamento para diversos projetos da agência espacial norte-americana. O último projeto em que ela esteve envolvida foi na construção e no financiamento do Hubble.

Colaboração para o Olhar Digital

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