Uma nova corrida espacial está acontecendo entre empresas de tecnologia, tendo a SpaceX, de Elon Musk, e a Amazon, de Jeff Bezos, como protagonistas. As companhias competem para colocar satélites em órbitas baixas com o intuito de fornecer internet para toda a Terra, inclusive em lugares remotos.
Mais de uma dúzia de empresas pediram permissão aos reguladores nos Estados Unidos para operar constelações de satélites fornecedores de internet. Apesar de parecer uma boa ideia, ainda existem obstáculos no caminho, como custo e lixo espacial, que atrasam o lançamento da tecnologia.
“A meta é banda larga em todos lugares”, disse Jeff Bezos. Embora o objetivo seja notável, considerando as 3 bilhões de pessoas no mundo que não têm acesso à internet, o nível de dificuldade parece ser alto.
Os satélites que empresas como a Amazon e SpaceX querem lançar são menores e mais baratos que os já existentes no espaço. Além disso, eles também ficariam muito mais perto e tornariam o tempo de resposta da conexão mais rápido.
Por causa disso, essas empresas gigantes competem para conseguir oferecer o serviço de banda larga mundial primeiro. Além da Amazon e da SpaceX, a OneWeb- com investidores como Qualcomm e SoftBank- também se juntou à corrida.
Contudo, acredita-se que não veremos tão cedo a tecnologia funcionando. Alguns dizem que poderia demorar até três anos para que o primeiro experimento desse certo. Uma prova disso é que a OneWeb afirmou que estaria operando no Alasca este ano. Agora, espera-se que o serviço comece no final de 2020.
Fora isso, ser um provedor de internet não é fácil, principalmente por causa do custo, visto que além dos satélites no espaço é preciso ter estações de conexão na Terra. A SpaceX, sabendo disso, pediu por permissão para construir um milhão de “estações terrestres” que ajudariam a conectar os clientes à Internet.
Assim, um dos caminhos que as empresas de tecnologia poderiam tomar, seria terceirizar a distribuição da internet, ou seja, deixar que as companhias de telecomunicação, que já possuem torres, façam seu trabalho.
A opção poderia ser vantajosa até para as empresas de telecomunicação, que não consegue chegar a lugares remotos porque o custo de extensão da fibra óptica é muito alto. Portanto, os satélites podem ser uma alternativa mais viável que os fios no solo.
Outro problema é o custo para o consumidor. Como diz Martin Schaaper, analista da agência de tecnologia da informação e comunicação das Nações Unidas, “se você tivesse que pagar 20% ou mais de sua renda para acessar a Internet, em uma situação em que ganha alguns dólares por dia, não o faria, porque é muito caro”.
Portanto, essas empresas precisam encontrar um modo de vender banda larga barata, mesmo com todos os altos custos de instalação de satélites e de bases terrestres.
Uma última preocupação diz respeito ao lixo espacial que grupos de satélites na órbita podem gerar. Colisões entre os dispositivos podem acontecer, o que tornaria a órbita inutilizável. A SpaceX, por exemplo, diz que evitará aumentar a camada de lixo movendo satélites para que acidentes não ocorram, além de os projetar para queimar na atmosfera quando desgastados.
Via: NY Post