Uma nova decisão da China tensiona ainda mais o conflito em curso com os Estados Unidos. No último sábado (17), o país asiático aprovou uma lei que restringe exportações que ponham em risco a segurança nacional, medida que pode afetar o já incerto destino do TikTok em solo americano.
A lei determina que Pequim pode tomar “medidas recíprocas” contra qualquer país ou região que represente uma ameaça aos interesses da China, como informou a agência de notícias estatal Xinhua. Isso inclui dificultar o acesso de outras nações a produtos e tecnologias estratégicos para o país.
As restrições à exportação de tecnologias chinesas vigoram desde agosto, e a lista pode agora ser expandida para incluir outros produtos. A venda sem autorização dos bens especificados pelas autoridades chinesas poderá ser punida com multa de até 20 vezes o valor da transação ilegal, determinação que vale tanto para empresas quanto cidadãos.
“A seu devido tempo”, as autoridades definirão uma lista detalhada dos produtos pertinentes à nova regra. É evidente, contudo, que a ação mira um alvo específico.
Xi Jinping e Donald Trump se enfrentam por meio de legislações. Imagem: amagnawa1092/Shutterstock
Retaliação aos Estados Unidos
Os problemas do TikTok começaram quando o presidente americano, Donald Trump, ordenou que as operações do aplicativo fossem cedidas a uma corporação dos Estados Unidos. A China, então, quis demonstrar que o destino de suas empresas não poderia ser decidido somente pela Casa Branca, e impôs restrições à venda do algoritmo do app.
Agora, a nova lei expande a margem para que o governo de Xi Jinping responda às ações de Trump, que vem fechando o cerco contra diversas companhias chinesas.
A Huawei e a Semiconductor Manufacturing International Corp (SMIC) são exemplos de empresas que sofrem com as sanções vindas de Washington, que controla o fornecimento de tecnologias americanas essenciais para a linha de produção dessas companhias. Isso sufoca investimentos e dificulta a fabricação de produtos.
Enquanto as empresas citadas precisam de tecnologia americana, o TikTok funciona com um algoritmo chinês. É como se ambas as potências estivessem puxando a mesma corda em direções opostas: os EUA prejudicam negócios na China e vice-versa.
É interessante observar que a lei entra em vigor em 1º de dezembro, depois das eleições americanas, o que enfraquece a crença de que a Guerra Comercial seria afrouxada com uma possível derrota de Donald Trump nas urnas.
Via: O Globo