Microsoft tentou vender tecnologia de reconhecimento facial ao DEA

É o que indicam e-mails obtidos pela American Civil Liberties Union (ACLU); agência norte-americana antidrogas teria até testado a tecnologia
Fabiana Rolfini18/06/2020 20h06

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Na semana passada, a Microsoft se comprometeu a não vender sua tecnologia de reconhecimento facial para os departamentos de polícia dos EUA sem novas regulamentações. No entanto, a empresa não disse nada sobre as agências federais.

Na quarta-feira (17), vieram à tona e-mails obtidos pela American Civil Liberties Union (ACLU), os quais indicam que a Microsoft tentou vender, entre 2017 e 2018, sua tecnologia de reconhecimento facial para o DEA (Drug Enforcement Administration, a agência norte-americana antidrogas).

Eles mostram que a companhia hospedou agentes do DEA em seu escritório em Reston, na Virgínia, para demonstrar seu sistema de reconhecimento facial, e que posteriormente, a DEA até testou a tecnologia.

A ACLU obteve os e-mails por meio de um processo contra o DEA e o FBI, que trata de suposto “segredo que oculta o uso da tecnologia de reconhecimento facial”.

Reprodução

Microsoft teria hospedado agentes do DEA em um de seus escritórios. Foto: iStock

Na mesma época em que esses e-mails foram enviados, a Microsoft adotou publicamente um conjunto de princípios éticos para o uso de sua tecnologia de reconhecimento facial e solicitou ao governo a aprovação de regulamentos que proibissem a discriminação ilegal e se concentrassem na transparência.

No entanto, os e-mails também mostram que a agência norte-americana antidrogas expressou preocupação com a compra da tecnologia, temendo críticas de seu uso pelo FBI. O reconhecimento facial há tempos é criticado por violar o direito dos americanos à privacidade como também pelo preconceito com pessoas de cor.

“Mesmo depois de prometer tardiamente não vender tecnologia de vigilância facial à polícia na semana passada, a Microsoft se recusou a dizer se venderia a tecnologia para agências federais como a DEA”, ponderou Nathan Freed Wessler, advogado sênior da ACLU.

Via: Business Insider

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital