Físicos conseguem ‘segurar’ átomo individual pela primeira vez

Conquista marca uma nova era na física quântica
Redação21/02/2020 11h47, atualizada em 21/02/2020 12h10

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Qual foi a menor coisa que você teve em suas mãos? Seja qual for a resposta, com certeza o objeto vai ser maior do que o que físicos da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, conseguiram “segurar”. Utilizando um sistema complexo de lasers, espelhos, microscópios e uma câmara de vácuo, o grupo conseguiu, pela primeira vez, agarrar um átomo individual.

A conquista marca uma nova era na física quântica, onde apenas se imaginavam o mundo atômico. Isso vai permitir testar toda a teorização de maneira prática. “Nosso método envolve a captura e o resfriamento individual de três átomos a uma temperatura de cerca de um milionésimo de Kelvin usando feixes de laser altamente focados em uma câmera de vácuo”, explicou o professor Mikkel F. Andersen.

O uso de três átomos não é por acaso. Uma vez que eles se aproximam, dois se juntam para formar uma molécula. Dessa forma, o terceiro fica livre para ser estudado. “Nosso trabalho chegou a vários resultados surpreendentes que não eram esperados em medições anteriores em grandes nuvens de átomos”, acrescentou Marvin Weyland, líder do experimento.

Reprodução

Uma das surpresas foi o tempo que demorou para que os átomos formassem a molécula. Por meio de cálculos teóricos, era esperado que a combinação acontecesse muito antes. Essa diferença pode ter grandes implicações nas teorias, que vão precisar ser ajustadas para se tornarem mais precisas.

Porém, o maior impacto do experimento pode acontecer na computação quântica. A pesquisa pode tornar possível o projeto e manipulação da tecnologia em nível atômico, o que permite uma engenharia em uma escala menor que a nanoescala atual.

“A pesquisa sobre a capacidade de construir em escala cada vez menor impulsionou uma grande parte do desenvolvimento tecnológico nas últimas décadas. Essa é a única razão pela qual os celulares de hoje têm mais poder computacional do que os supercomputadores da década de 1980″, afirmou Andersen. “Nossa pesquisa tenta pavimentar o caminho para poder construir na menor escala possível e estou emocionado ao ver como nossas descobertas influenciarão os avanços tecnológicos no futuro”, concluiu.

Via: MNN

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital