Físicos se esforçam para tentar provar que Galileu e Einstein estavam errados

Mas, por enquanto, experimentos continuam mostrando que os famosos cientistas estavam certos em suas teorias
Vinicius Szafran27/01/2020 18h01, atualizada em 27/01/2020 18h20

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No século 17, o famoso físico e astrônomo Galileu Galilei teria subido ao topo da Torre de Pisa, na Itália, e jogado duas bolas de canhão de tamanhos diferentes. Ele queria demonstrar sua teoria, mais tarde atualizada por Albert Einstein em sua teoria da relatividade, de que, independentemente do tamanho, os objetos caem na mesma proporção graças à aceleração da gravidade

Recentemente, um grupo de cientistas concluiu, após passar dois anos lançando objetos de massas diferentes em queda livre em um satélite, que Galileu e Einstein estavam mesmo certos. Os objetos caíram a uma taxa que estava dentro de dois bilionésimos de um por cento de diferença. O estudo foi publicado na Physical Review Letters.

Assim como a teoria da relatividade de Einstein, esse efeito foi confirmado inúmeras vezes – ainda que os cientistas ainda não estejam convencidos de que não haja algum tipo de exceção em algum lugar. “Os cientistas sempre tiveram dificuldade em aceitar que a natureza deveria se comportar dessa maneira”, disse Peter Wolf, diretor de pesquisa do Observatório de Paris do Centro Nacional Francês de Pesquisas Científicas e autor do estudo.

Reprodução

Isso ocorre porque ainda existem inconsistências na compreensão do universo pelos cientistas. “A mecânica quântica e a relatividade geral, que são as duas teorias básicas em que toda a física é construída hoje… ainda não estão unificadas”, disse Wolf. Outro motivo é que, embora a teoria científica diga que o universo é composto principalmente de matéria escura, os experimentos falharam em detectar essas substâncias misteriosas.

Wolf e um grupo internacional de pesquisadores decidiram testar a ideia fundamental de Galileu e Einstein de que não importa onde o experimento é feito, como ele é orientado e em qual velocidade se move no espaço, os objetos caem na mesma proporção.

Os pesquisadores colocaram dois objetos cilíndricos – um feito de platina e outro de titânio – um dentro do outro e o carregaram em um satélite. O satélite em órbita estava naturalmente “caindo” porque não havia forças atuando nele, segundo Wolf. Eles suspenderam os cilindros dentro de um campo eletromagnético e os derrubaram de 100 a 200 vezes no período.

ReproduçãoDe acordo com Wolf, os cientistas deduziram como e a qual velocidade os cilindros caíam a partir das forças que precisavam aplicar para mantê-los no lugar dentro do satélite. A equipe descobriu então que os dois objetos caíam quase na mesma taxa, a menos de dois trilhões de um por cento um do outro. Isso sugere, novamente, que Galileu estava correto.

Além disso, eles largaram os objetos em momentos diferentes durante o experimento de dois anos e obtiveram o mesmo resultado, sugerindo que a teoria da relatividade de Einstein também estava correta.

O teste deles era de uma ordem de magnitude mais sensível que os testes anteriores. Mesmo assim, os pesquisadores publicaram apenas 10% dos dados do experimento e esperam analisar o restante mais profundamente.

Não satisfeitos com tamanha precisão, os cientistas reuniram várias novas propostas para realizar experimentos semelhantes, com duas ordens de magnitude de maior sensibilidade, disse Wolf. Alguns físicos ainda desejam realizar pesquisas semelhantes em menor escala, com átomos individuais de diferentes tipos.

Via: Space

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital