Um dos maiores desafios no combate ao coronavírus no Brasil é a ausência de equipamentos de imagem necessários para o diagnóstico da doença em regiões mais distantes do país. Pensando nisso, uma parceria entre o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) com o aplicativo Join deu início ao projeto Imais. Nele, médicos oferecem uma segunda opinião clínica gartuita no diagnóstico da Covid-19 para unidades públicas de saúde de todo o país.

Médicos especializados em análise de imagem associados ao CBR, de forma voluntária, vão reavaliar exames como raio X e tomografia. A ideia é que regiões que não tenham especialistas nesse tipo de exame possam ter resultados mais precisos.

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“A gente está oferecendo a expertise de profissionais que já trabalharam e atenderam muitos pacientes com a Covid-19, em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais”, destacou Valdir Muglia, diretor científico do CBR.

Coronavirus_.jpgProjeto visa melhorar diagnóstico por imagens em regiões mais remotas no Brasil. Foto: Shutterstock

Em um primeiro momento, 20 médicos radiologistas se voluntariaram. Caso necessário, esse número pode ser ampliado. Por meio do aplicativo Join, já usado em projetos de pesquisa para agilizar atendimento de emergências médicas, as imagens serão transmitidas para os celulares dos voluntários. O app é utilizado para fornecer agilidade na resposta para sanar uma possível dúvida do médico que fez o atendimento.

O CBR segue em contato com as secretarias estaduais de Saúde para informá-las que o serviço é totalmente gratuito e voluntário, e está disponível para dar suporte aos municípios de menor porte e mais distantes, que enfrentam atualmente o pico da doença.

Como impedir a replicação do vírus

Quando infecta uma célula, o vírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19, reconfigura os caminhos pelos quais os sinais que governam o funcionamento da célula trafegam, de forma a controlá-la e suportar sua replicação. Pesquisadores da Universidade Goethe e do Hospital Universitário de Frankfurt, ambos na Alemanha, descobriram uma forma de manipular estes caminhos e, com isso, impedir a propagação dos sinais e a replicação do vírus.

Os grupos de fosfato desempenham um papel bioquímico importante na transmissão de sinais dentro da célula para estimular processos moleculares que sustentam o metabolismo ou culminam em atividades como o crescimento celular.

Tais grupos são frequentemente conectados ou desconectados de proteínas para controlar sua atividade, atuando como interruptores. Uma mudança em uma proteína desencadeia a próxima e o sinal é transmitido em cascata. O alvo geralmente é o núcleo da célula, onde os genes são ativados ou desativados.

Ao conduzir uma pesquisa abrangente sobre as alterações dos grupos de fosfato que ocorrem durante uma infecção por Sars-Cov-2, os cientistas determinaram quais vias de sinalização eram relevantes para a replicação do vírus, entre elas um receptor de fator de crescimento (GFR, Growth Factor Receptor). Mais importante, descobriram que estas vias podiam ser inibidas com compostos anticâncer já conhecidos, como pictilisib, omipalisib, RO5126766, lonafarnib e sorafenib.

Via: Agência Brasil